ciranda cirandap
...em que pesem suas propaladas virtudes,
...não deixa de ser o agro tóxico...
Conheça como são aplicados os 5 principais agrotóxicos no Brasil
16 de dezembro de 2021
•
4 mins. de leitura
O Brasil é campeão mundial no uso de agrotóxico e utiliza produtos que foram banidos nos Estados Unidos e na União Europeia
O Brasil consome mais de um milhão de toneladas de agrotóxicos por ano, sendo o maior consumidor global do insumo em termos absolutos desde 2008, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
No País, produtos que foram banidos na União Europeia e Estados Unidos ainda têm autorização para aplicação nas lavouras, o que gera uma preocupação extra em relação à saúde humana, dos animais e à preservação do meio ambiente.
Nesse contexto, conhecer como são aplicados os principais agrotóxicos no Brasil pode ajudar consumidores e produtores rurais a aumentarem a consciência sobre seus perigos e buscar alternativas mais sustentáveis e rentáveis para o campo. Veja quais são os produtos mais vendidos no País.
1. Glifosato
Na soja transgênica, glifosato pode ser aplicado em qualquer etapa do ciclo de produção. (Fonte: Leonid Eremeychuk/Shutterstock)
Na soja transgênica, glifosato pode ser aplicado em qualquer etapa do ciclo de produção. (Fonte: Leonid Eremeychuk/Shutterstock)
O glifosato é o agrotóxico mais vendido no Brasil e no mundo. O herbicida é utilizado para eliminar as plantas daninhas antes do início da safra, sendo capaz de controlar mais de 150 espécies.
Seu uso foi popularizado na agricultura brasileira a partir da introdução da soja transgênica, resistente à substância. Sua utilização no País é autorizada também nas lavouras de outros grãos e cereais, frutas e pastagem. Devido a estudos que relacionam o glifosato ao câncer, o produto está banido na Alemanha e Áustria.
Leia também:
Principais tipos de agrotóxicos e os riscos no uso
Agrotóxico de baixo impacto tem prioridade na análise de liberação
Como a queda da produção chinesa de agrotóxico afeta o agronegócio?
2. 2,4-D
O 2,4-D é um herbicida aplicado para aumentar a eficiência na aplicação contra plantas daninhas que desenvolveram resistência ao glifosato, como a buva, espécie que atinge os cultivos de soja e do feijão. No Brasil, o agrotóxico pode ser utilizado em diversos cultivos de grãos e cereais, cana-de-açúcar, eucalipto e pastagem. Nos EUA e na União Europeia seu uso é restrito ao trigo, cevada, aveia, centeio e triticale.
3. Mancozeb
Ferrugem asiática, controlada pelo Mancozeb, pode provocar perda total na lavoura de soja. (Fonte: AphakomFuengtee/Shutterstock)
Ferrugem asiática, controlada pelo Mancozeb, pode provocar perda total na lavoura de soja. (Fonte: AphakomFuengtee/Shutterstock)
O fungicida mais antigo do mercado, o Mancozeb começou a ser utilizado na década de 1940. Ele consegue controlar a ferrugem asiática, doença que atinge as lavouras de soja e já causou prejuízos bilionários aos produtores rurais. Misturado a produtos mais modernos — para garantir a sua eficácia — pode ser usado no Brasil em plantações de frutas, verduras, grãos, cereais, fumo, flores, eucalipto e cana-de-açúcar.
4. Acefato
O acefato é um inseticida considerado “coringa” pelos agrônomos, pois é capaz de eliminar diversas espécies de pragas, além de melhorar a eficiência de outros agrotóxicos. O produto foi banido da União Europeia devido ao risco de morte de aves e espécies marinhas.
Na agricultura brasileira, é bastante utilizado contra o percevejo, inseto que afeta as culturas de grãos, e o bicudo-do-algodoeiro, uma das principais pragas do algodão, mas também pode ser aplicada em cultivos de frutas e verduras.
5. Atrazina
Mais barata que o 2,4-D, a atrazina também é utilizada para controlar plantas daninhas resistentes ao glifosato. O registro no Brasil permite a aplicação em plantações de abacaxi, cana-de-açúcar, milho, milheto, pinus, seringueira, sisal e sorgo. Na União Europeia, o agrotóxico é proibido devido à preocupação com a possível contaminação dos lençóis freáticos e os impactos na reprodução de sapos.
Publicidade
Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Associação Brasileira de Defensivos Pós-Patente (Aenda), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).