PRIMEIRO ENCONTRO DE MEMBROS DA FAMÍLIA FARIA - BELO HORIZONTE/MG - 09/DEZEMBRO/2023
QUERIDOS TIOS, TIAS, PRIMOS, SOBRINHOS, SOBRINHAS ETC. ETC.
AOS MEMBROS QUE SE JUNTARAM À QUERIDA FAMÍLIA FARIA!
GRATIDÃO... GRATIDÃO...
A DEUS E AOS NOSSOS AVÓS TÃO ESPECIAIS.
Com muito orgulho e emocionado, como membro da família Faria, me dispus a fazer esta reflexão. Vou começar pronunciando esta palavra tão expressiva e carregada de grande significado. Não é apenas uma palavra, mas um sentimento que, tenho certeza, está no coração de cada um de nós. Por tudo que somos, pela alegria, pelo amor existente entre nós, pela forma que vamos conduzindo nossas vidas. Estes são alguns dos motivos do PRIMEIRO ENCONTRO DE MEMBROS DA FAMÍLIA FARIA, um momento tão desejado por todos, há algum tempo, e organizado, carinhosamente, por Andremara. Incluindo também seus irmãos, meus primos, que não mediram esforços para que ele acontecesse. Está claro que é uma oportunidade para que cada um de nós possa interagir com seus parentes tão próximos, os quais, vários deles, nunca tinham se encontrado, bem como fortalecer os laços afetivos.
Aproveito para destacar que a família desempenha um papel fundamental em nossas vidas. É o primeiro grupo social do qual fazemos parte. Dela nascem os primeiros exemplos: a ver o mundo e reconhecer que temos uma identidade. No seio familiar são formados os valores morais que sustentam as relações sociais de toda a vida. O ambiente familiar é aquele onde desejamos estar e para o qual ansiamos retornar, todos os dias. Por exemplo, quando saímos do trabalho e quando viajamos, é muito forte a certeza de que as pessoas da família, que deixamos em casa, nos fazem sentir seguros e amados. É, em nosso lar, o lugar onde encontramos harmonia, afeto, proteção e todo o tipo de apoio necessário para a resolução de conflitos e problemas.
Como ponto principal desta reflexão, quero citar duas pessoas muito especiais: O padrinho Aprígio, a quem assim aprendi a chamar, e a madrinha Loló, a quem também aprendi a chamar. De padrinho e madrinha. Na roça, onde muitos aqui presentes viveram um período de sua vida, sendo os avós padrinhos de algum membro da família, nós outros, também acostumamos a chamá-los de padrinho e de madrinha. É uma forma carinhosa.
Quem foram Aprígio Lopes de Faria e Carolina Vita de Miranda? Duas pessoas de uma humildade incomensurável que se uniram na graça de Deus e formaram uma família maravilhosa. Ela está reunida aqui agora, em quase sua totalidade. Foram eles dois os responsáveis por esse grande encontro. Em meu entender, a homenagem pertence mais a eles do que a nós mesmos.
Aprígio Lopes de Faria, filho de Alcides Lopes de Faria e Maria Clara de Faria, nasceu na cidade de Capela Nova (antes chamada de Capela Nova das Dores), Minas Gerais, no dia 28 de abril de 1893. Deixou-nos em 25 de abril de 1985. Homem de coragem, lutador. Fervoroso, simples, e de uma sabedoria invejável. Uma sabedoria que, indubitavelmente, vinha de Deus, uma vez que, para formar uma família numerosa, tão honrada e tão abençoada, algo especial pairava sobre seu espírito generoso. Só poderia vir de um Ser Sobrenatural, misericordioso, em QUEM, com toda certeza, ele confiava tanto.
E Carolina Vita de Miranda, a nossa querida Madrinha Loló? Filha de Francisco Gonçalves de Miranda e Maria Carolina de Almeida, nasceu em Rio Espera, Minas Gerais, no dia 15 de junho de 1893. Deixou-nos em 30 de dezembro de 1985. Pequenina no tamanho, mas gigante na luta. Humilde, fervorosa e companheira, junto de nosso avô tão querido, venceu as dificuldades e desafios que a vida lhe apresentava, residindo naquele cantinho do mundo - as Cavalhadas - perto das Laranjeiras, lugar tão acolhedor do qual sentimos uma saudade imensa.
Pois bem. Graças à união dessas duas criaturas tão simples e corajosas, estamos, hoje, neste marcante 09 de dezembro de 2023, lembrando e celebrando sua memória.
Não poderia me furtar de mencionar um a um, os filhos de Aprígio e Loló. Deles somos descendentes, com muito orgulho, pois souberam formar nossas famílias, com exemplos de honestidade e caráter.
Onze filhos. Hoje restam dois: O tio José de Faria que, infelizmente, não pôde comparecer aqui hoje. Está em Juiz de Fora, com saúde e vivendo, dignamente, seus noventa anos de idade. O Geraldo Magela de Faria, o tio Ladim, está aqui conosco. Também com saúde, alegria e muita jovialidade. Já completou seus oitenta e cinco anos. (Luiz, não precisava falar minha idade. KKK)
Gostaria de falar um pouco sobre cada um dos que já se foram. Mas acho que não seja tão necessário, já que todos sabem do exemplo que nos deram e dos predicativos de cada um deles, que são inúmeros. Vou apenas enumerá-los. Gostaria que, quando ouvisse o nome de seu familiar, que pronunciasse enfaticamente: PRESENTE.
Pela ordem:
# Maria das Dores, minha mãe, de quem me orgulho muito, foi a primeira filha a chegar a este mundo por intermédio de nossos avós queridos. Nasceu no dia 27 de julho de 1916, em Rio Espera, Minas Gerais. Faleceu em 29 de janeiro de 2007. Dela falei um pouquinho. Perdoe-me por isso. Afinal é minha mãe, e agora sou dono da palavra.
Glicéria Silvestre – Nasceu em 31 de dezembro de 1917. Faleceu em 15 de setembro de 2014.
Bernardino Apolinário - Nasceu em 23 de julho de 1918. Faleceu em 26 de março de 2014.
Alcides Valeriano – Nasceu em 12 de setembro de 1923 – Faleceu em 3 de dezembro de 2019
Francisco Gonçalo - Nasceu em 11 de fevereiro de 1925 - Faleceu 09 de janeiro de 1971.
Raimundo Nonato (tio Mundinho) – Nasceu em 31 de julho de 1935 – Faleceu em 06 de agosto de 1983.
Conceição (tia Bem) - Nasceu em 30 de março de 1929 – Faleceu em 21 de julho de 2008.
Cacilda Deusdete – Nasceu em 08 de novembro de 1926 – Faleceu em 26 de agosto de 2021.
Gabriela Arcanjo – Nasceu em 18 de março de 1921(?)- Faleceu em 16 de maio de 2005.
É importante lembrar que há ainda muitos membros da família Faria, pertencentes à nossa árvore genealógica, os quais não há como citar neste momento. Eles se encontram em algum lugar neste imenso planeta. Certamente orgulhosos de suas origens.
Grande parte dos filhos de Aprígio e Loló, a fim de buscar um futuro mais promissor, já que percebiam a luta feroz de seus pais pela sobrevivência, na roça, deixaram Rio Espera e se mudaram para Juiz de Fora ou para Belo Horizonte. Nossos avós, é claro, ficaram tristes, mas compreenderam a atitude deles. Até me lembro de um pequeno trecho da letra da música de Zezé de Camargo e Luciano, que cabe perfeitamente aqui nesta reflexão:
“... Eu sei que ela nunca compreendeu
Os meus motivos de sair de lá
Mas ela sabe que depois que cresce
O filho vira passarinho e quer voar
Eu bem queria continuar ali
Mas o destino quis me contrariar
E o olhar de minha mãe na porta
Eu deixei chorando a me abençoar.”
Escusando-me pela delonga, peço permissão a vocês para registrar aqui um fato relativo a um acidente trágico que me aconteceu na infância e quase levou minha vida. Nele houve a participação decisiva de meu querido Padrinho Aprígio. Tive o privilégio de conviver com meus avôs maternos, o padrinho Aprígio e a madrinha Loló, em algum tempo de minha infância e adolescência, uma vez que eles moravam perto de minha casa da rua Almenara, aqui em Belo Horizonte. Prometo não demorar.
Em agosto de 1959, quando tinha meus nove anos de idade, fui vítima de uma queda em uma cisterna, com nove metros de profundidade em um lote vago, próximo à minha casa da Rua Almenara, Soltando papagaio, imaginem. Foi um acontecimento muito triste e um susto enorme. Imaginem a aflição de minha mãe! Felizmente saí vivo. Quem me levou ao Pronto Socorro de Belo Horizonte, carregando-me no colo, com todo cuidado, foi meu avô, o padrinho Aprígio. A camisa dele ficou toda suja de sangue. Isso ele me contou, emocionado, quando voltei do hospital.
Dando prosseguimento a esta reflexão, depois de falar um pouco sobre os filhos de Aprígio e Loló, quero dizer que é difícil não se emocionar com a história desse casal. Sem eles, nenhum de nós estaria aqui para celebrar a vida, com alegria e descontração, repito. Temos quer rir, chorar, emocionar-nos, mas jamais perder a alegria de viver. Eles não ficariam felizes se soubessem que sua geração pudesse estar triste, vivendo sua trajetória sem entusiasmo e alegria. Dificuldades? Todos nós temos. E, tendo aprendido com eles, enfrentamos. A vida continua e não podemos viver melancólicos e chorosos.
Derramamos lágrimas com a partida de tantos de nossos entes queridos, filhos de nossos avós: nossas mães, nossos pais e alguns descendentes que foram embora muito jovens... Deixar a vida material faz parte da realidade humana, já que nossa passagem aqui na terra é transitória. Felizmente, nossos antepassados deixaram para seus filhos uma responsabilidade grande: manter a honra e a dignidade da família, exemplos deles, tão evidentes. É claro que a saudade continuará sendo nossa companheira ao nos lembrarmos, com amor, dos familiares tão próximos que nos deixaram.
Agradecendo pela atenção e paciência, um beijo no coração de todos.
LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA