Racismo - 23/11/2023 às 00:11 - na Comunidade Morro Azul no Bairro Flamengo
Um problema cultural, estrutural e secular.
Mesmo que a Escravidão, tenha terminado.
Atitudes escravocatas, ainda praticadas.
Ainda, sofremos atitudes negativas da escravatura.
Sou negra, moradora da Comunidade Morro Azul no Bairro Flamengo. Também, já morei nas Ruas do Rio de Janeiro. Entre o Centro da Cidade e a Zona Sul.
Tenho um sobrenome italiano.
Me perguntavam insistentemente a origem.
Olhando fixamente para a cor da minha pele, a textura dos meus cabelos e as feições do meu rosto.
O meu nariz, que não afilado.
A minha pele negra.
Apesar de uma certidão vir parda.
Receber tratamento diferenciado pela cor da minha pele.
Minhas vestimentas que julgavam não ser adequadas.
Ou me forma de falar.
Que constrangimento ter que falar sobre a descendência italiana.
Discriminação por morar em uma área de risco.
Ainda sem ser um olhar desaprovador.
Que como estivesse envolvida com o crime organizado.
Depois, experimentar dormir nas calçadas.
Debaixo de marquises, locais públicos e aonde desse.
Virei a marginalização em pessoa.
Ouvir propostas de prostituição.
Como forma alternativa de solução imediatista.
Para resolver a questão.
Desvalorização humana.
Por conta da cor da pele e da condição sócio econômica do momento.
Isso é repúdio discriminatório.
A olhos nus.
A quem queira fazer.
Como forma de ofender e oprimir.
Fazendo como que eu me sentisse uma aberração.
Uma exclusão.
Uma negra sim.
Mas um ser humano.
Que tem consciência.
Que o Dia dos negros.
É todos os dias.
Com respeito e políticas públicas de igualdade.