Formatura 2007 - C.R.B.
Boa noite a todos. Gostaria de saber brincar com palavras como grandes poetas e escritores, mas pelo contrário são elas que brincam comigo. E assim sendo tentarei através desse discurso passar a vocês a emoção que me toma nesse momento.
O nervosismo de falar em público, seria por si só, emoção suficiente, mas tem mais... Tem muito mais.
É a primeira vez em nossa vida que perdemos o chão e que somos instigados a voar sem saber pra onde. E por mais preparados que tenhamos sido,e fomos,o medo sempre existirá. É como se, só agora, tivéssemos entrado em contato com o mundo. É como se a nós fosse dito:"Bem vindos à vida real!".
Até aqui, todos conspiraram pelo nosso bem estar e tudo nos pareceu extremamente seguro, mas daqui em diante temos que aprender a conviver com a dúvida, e enfrentar o presente mesmo que o futuro seja incerto.
É praticamente inacreditável que seremos os próximos a dizer “Ah! Que saudade dos meus tempos de escola!”.
Infelizmente só damos valor ao presente quando percebemos que ele já se tornou passado. Mas não devemos temer, pois as amizades não se perderão. Justamente porque cada amizade é impar e portanto insubstituível.
No ano que vêm não brigaremos com a Sandra porque ficamos em salas separadas, nem viremos à escola ao acordar, e não mais encontraremos nossos melhores amigos todos os dias. Mas eu duvido que alguém se esqueça do nó que o Airton deu na nossa cabeça com aquele papo de física quântica... Ou dos infindáveis assuntos da Laurinha nos corredores. Ou ate mesmo do bolonhas, afinal quem não riu do galo juremildo na quadra?Quem é que nunca se pegou cantando, mesmo que sem querer um "Hoje o bolonhas vai jogar e eu vou ta lá..."?
Como podem perceber... Eu ficaria horas relembrando histórias, mas deixo isso pra depois,pra quando nossas gírias estiverem velhas,nossas músicas bregas e nossos cabelos e roupas ultrapassados.
Para finalizar deixo uma reflexão minha: Uma flor que se abre, embora delicada, mostra que após longo preparo se fez capaz de contemplar o céu acima de si. Várias flores quando juntas desabrocham formam uma estação do ano.
Posso dizer que neste momento, com fragilidade e ousadia, somos a primavera.
Abraços a todos. E obrigada principalmente a minha sala que me escolheu para representá-la.