Espólio
Em virtude do tempo;
Cambembe da vida;
De pontos extremos,
Se segue a jornada:
Bem sábio previa,
Uma sorte tardia,
Na poeira da estrada.
Na mesa uma vela:
Promessa assumida;
Um presságio incomum:
E o mesmo sermão.
Um olhar de castigo,
Prevendo o perigo:
Só talo e pendão.
E a bravura do forte,
Alivia a tristeza:
Espanta a lamúria,
E o seu padecer.
Recompõe a magia;
E a vida vazia,
Volta a ascender.
Um fio de esperança,
Se ergue sozinho;
De vez mais robusto,
Em seu despontar.
Afaga e tempera;
Modesto anhanguera,
Voltando a sonhar.
E assim segue a vida;
Como estrela cadente:
Que migrante fascina,
O esplêndido sabor.
É aporte divino,
Que traça o destino:
Abastecido de amor.
Entre a vida e a morte,
É presente o querer;
E junto, o espólio,
Nos trazendo prazer;
O que mais nos fascina:
Um amanhecer com neblina,
E as batalhas vencer!