Minha Apresentação de TCC

EU, ARTISTA.

Outras vozes foi uma gestação e essa filha agora nasce.

Outras vozes vem resgata do silêncio meu Eu artístico. O medo da exposição, os julgamentos, me silenciou por um longo período.

Não me via como artista apesar de produzir todo esse tempo. Foi um processo lento de reconhecer e reafirmar meu lugar.

Hoje, meu corpo expressa e performa palavras.

A parti do meu ingresso no espaço acadêmico da UFSB e em componentes como Experiência do Sensível e Artes da grafia pode desconstruir o olhar acostumado das coisas e despertar uma sensibilidade anestesiada. Pensar a escrita poética de forma mais liberta.

Pensadores como Paulo Freire, Milton Santos e Carlos Skiliar, potencializam meu referencial teórico e pessoal. Eles trazem que nossa leitura de mundo é aprendizado que não devemos ser objetos e sim, sujeitos de nossa historia e ainda que precisamos devanear o nosso EU para pensar no poético.

E no meio de tantos papeis vividos por muito tempo achei que não me cabia a palavra Artista. Pensar que meu corpo tivesse ritmo então, era inimaginável.

O atelier Copos tempos espaços acessou de forma tímida uma linguagem performática que não sabia que existia em mim.

Posso afirma meu processo esteve por muito tempo um silencio de Voz e Copo.

Aprendi em silêncio, observando, vendo, ouvindo. E nele me encontrei exercitei a escuta, produzir versos.

E ainda em silêncio vivo meus papeis de mulher, numa balança desigual das tarefas domesticas, filhos e estudos.

A minha construção poética esta baseado no que vi, ouvir e vivi. As situações me tomam de forma intensa, era preciso expurga e a escrita tem sido o remédio, a performance também.

Percebe com o tempo que meus textos estavam relacionados a violência contra o corpo feminino.

E sempre se faz necessário falar da violência contra a mulher.

De todas as formas em todos os espaços. Conhecimento liberta!

Quando se trata de violência Contra a mulher as situações ou circunstâncias podem ser imperceptíveis no primeiro momento, mas devastadoras com passar do tempo.

Existe ciclos de violências e sempre começa pela psicológica, xingamentos, constrangimentos, olhares de reprovação, silenciamento. Podendo torna cada vez mais graves até que em algumas situações chega ao feminicídio.

É preciso grita! Quebra ciclos. Não ter vergonha de falar, somos vitimas.

Hoje existe leis como a 11340/2006, também conhecida como Maria da penha que cria mecanismo de prevenir e coíbe a violência domestica.

A lei 14132/2021 torna crime a violência psicológica essa já existente na lei anterior agora esta mais detalhada e especifica.

A lei 13718/2018 que torna crime atos que configura importunação sexual. E a mais recente a lei 14541/2023 que torna obrigatório o funcionamento das DEAMs de forma ininterrupta.

Além das já citadas existe varias leis que protegem a mulher e são desdobramentos da lei Maria da Penha.

Graças a essa mulher que não se calou. Então podemos sim! Em qualquer lugar que estivermos contribuir para essa mudança.

Eu, uso a linguagem artística como ato de resistência assim como as artistas que me influenciam.

Daniela Galdino, Rosana Paulino e Berna Reale são artistas que trazem em sua arte percepção politica.

É por esse motivo que meus poemas e performances falam desse feminino e as violações cotidianas.

A minha voz encontra as vozes de outras tornando uma só.

Outras vozes tem como um dos suportes o blog que é de acesso livre a qualquer usuário, lá estão meus processos, poemas e vídeos.

Por fim quero deixar a frase de Clarice Lispector. “ Perdi muito tempo até entender que não se guarda palavras. Ou você as fala, escreve, ou elas te sufocam.

Obrigada.

26 de maio de 2023

Cintia N
Enviado por Cintia N em 27/05/2023
Reeditado em 28/05/2023
Código do texto: T7799033
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