Transcendendo o trabalho

Repousa somente o corpo de que é hóspede o Espírito na condição existencial de Alma.

Esta ciência auxilia-o no empenho de assim se acostumar, vencendo o limite que lhe impõe relativamente o vínculo à matéria densa.

Não há comportamento padronizado quanto a observar o preceito de tantas horas dedicadas a descanso, sem prejuízo do equilíbrio psicorgânico.

O trabalho não se constitui maldição, embora a natureza penosa reservada àqueles que menos de destacam, apresentando intelectualidade deficitária, ou ainda não tão desenvolvida, no que resulta em justificativa para atribuições primárias, nem por isso destituídas de importância no conjunto das necessidades sociais a serem satisfeitas.

Nada disso implica mister compulsório permanente, sendo lícito o incômodo seguido de aspiração a uma ocupação menos material, bastando recorrer ao arquivo biográfico de muitas personalidades célebres que não herdeiras de excelente fortuna, posteriormente a possuíram, fruto do esforço e talento, galgando ascensão social e econômica, permutando machados, enxadas por caneta e papel e escritório, após a instrução havida em domicílio do saber: a escola, o educandário formal.

Mas o trabalho deve perder o conceito acanhado e restrito que lhe dá a sociedade humana.

Observada a sua serventia para a sociedade e o seu agente, verifica-se em compreensão quão salutar e imprescindível o é à criatura humana, a despeito de ter que adquirir o pão cotidiano com o suor do próprio rosto, para legitimar essa justa aquisição.

A evolução da idéia amplia o interesse remuneratório do trabalho, em que se é possível ser pago por outro meio que não o do papel-moeda.

A atividade ocupacional sofistica e adensa o vocábulo trabalho, emendando o fio da solução de continuidade, unificando os tempos das realizações à luz do dia.

O mesmo senso, cuidado de que se reveste para o trabalho remunerado, estende-se e ultrapassa-o, considerando a serventia, assim julgada, que possuam outras atividades ao correr da iluminação do astro de quinta grandeza na face da Terra...

(...) Cuidado moral e social atrelado à serventia real das atividades em proveito ao Espírito momentaneamente encarnado, que se obriga ao exercício preparatório para a sua condição porvindoura que lhe exige (e exigirá) disciplina mental; pensamento incessante equivalente a atividade ocupacional, posto que não precisará de repouso prolongado, entendido ao modo prosaico da esfera carnal, visto que não possui corpo denso...

E para que logre a paz necessária, impossível lhe será a não ser pela atividade ocupacional útil, benéfica, salutar, higiênica, compromisso a que se deu e iniciou enquanto ainda no mundo das formas perecíveis, ao qual fora remetido e no qual possui melhores condições para o exercício inicial de sua reforma integral, aliando pensamento correspondente ao ato correto.

Seraphim
Enviado por Seraphim em 01/05/2023
Código do texto: T7777498
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