Quando o vento soprar

À medida que se distancia do amanhecer e se aproxima do anoitecer, olha-se menos para os ponteiros do tempo e mais para a luz do Sol em direção do vento.

A senilidade é onde a saudade de tempos idos aflora ao pensamento. Onde o corpo cansado cobra-se em pesadas prestações a dívida daquilo que se deixou fazer ou se fez no frescor do vento.

Quanto à saúde, já não exige argumento. Aquilo que um dia foi, amanhã será o esquecimento. A solidão será a companheira todo tempo, os filhos distantes, amigos que se foram jaz pelo soprar do vento.

No entanto, nem tudo é descontentamento. O saber adquirido com o tempo, fez-se dos arroubos da juventude o teu ensinamento.

Os amores vividos, o caminhar-se lento, sem compromisso, enfim, aquilo que o tempo lhe tirou a experiência se fez doce momento.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 28/02/2023
Reeditado em 06/03/2023
Código do texto: T7729920
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