Comportamento e fingimento.

Fingir é uma palavra forte, agressiva e muitas vezes evitada para expressar o que de fato se sente em algumas situações. Prefere-se a leveza no lugar da verdade.

Um exemplo pode ser o fato que quando se sai de casa, com mil e uma coisas na cabeça, brigados com o/a..., e na rua encontra-se um conhecido que de longe grita: -‘Oi, tudo bem com você?’; e, quase que automaticamente (devia ser mecânico mesmo, seria menos culposo, para quem compreende) responde-se: - ‘Oi, sim, tudo bem, e você?’ E, para piorar a arte: sorri-se (Entre as atitudes sociais mais falsas, considera-se o sorriso uma das primeiras). Isso, claro, é educado. Mas além disso é, também, fingimento. A verdade seria dizer como de fato se está. Contudo, fingir é necessário, até para sobreviver.

Claro, outras compreensões e interpretações, mais leves e mais respeitosas com os comportamentos sociais são aceitáveis e possíveis. Mas eles não mudam os fatos e as realidades.

Assim, costumo provocar meus alunos acerca de: todos nós fingimos, pelo menos, três vezes por dia. E acrescento: quando estou na minha cama, sou um ‘PP’; quando saio da porta de casa, sou o segundo ‘PP’ (PP2); e, quando encontro a primeira pessoa que se ‘afeta’ comigo, transformo-me mais uma vez. E por aí vai...

E digo-lhes: quem quiser escrever sobre, com alguns autores como suporte, já tem um ponto na média.