O Deus dos próprios sonhos

No início, criou Deus os céus e a terra,

Ele disse: “Haja luz!”, e então houve luz.

Ele disse e os animais, as plantas, os ambientes, as estrelas, o Sol a Lua e tudo quanto há na terra e nos céus foi criado. Porque Ele disse, o “haja” passou a haver.

E então, Ele criou o homem, formando-o do pó da terra, à sua imagem e semelhança, com as Suas mãos.

Antes de haver, todas as coisas houveram na vontade Deus, em seu intelecto e em seu desejo: nos seus sonhos. Ele fez tudo bom, intrinsecamente bom - e fez o homem para ser o seu companheiro, para ensiná-lo sobre si mesmo, para onstruí-lo no mundo que criou para governasse, para amar o seu cônjuge, para formar família… e encheu todas as coisas com amor. E foi fiel aos seus anseios: ao ponto em que o homem errou, Deus interveio enviando o Seu próprio Filho e sacrificando o que possuía de mais precioso para salvá-lo e restaurar a comunhão do início. O próprio Deus foi quem criou o caminho do arrependimento.

Deus, meus amigos, é fiel aos seus próprios sonhos.

Deus não diz algo e desiste desse algo; Deus não abandona nada pela metade e não se cansa dos seus compromissos. Deus é fiel a si, aos seus e àquilo que promete - e não existe ninguém mais comprometido que Ele em realizar o que foi designado. Houve um amigo de Deus; um homem chamado Abrão, cuja idade era de setenta e cinco anos, cuja mulher era estéril, cujo sobrinho era órfão e o seguia, cujo pai havia morrido e cujas moradas haviam sido transladadas para uma terra estrangeira - e existiu um dia em que Deus prometeu ao seu amigo uma descendência que abençoaria toda a terra, uma terra em si, uma grande família e muitas coisas mais. O que Abrão tinha era uma série de “nãos” que decidiu trocar por um único “sim” dado à Deus. Aos cem anos, Abraão (cujo nome fora alterado no processo) já havia visto a mulher estéril ser mãe de um menino após rir-se desta possibilidade (tanto que o menino em questão chamou-se Isaac, palavra que significa “risada”), visto Deus pedindo-lhe para sacrificar o menino como um apontamento ao que Ele próprio faria com o seu Filho, viu de longe a terra da promessa e soube fatos que ocorreriam 400 anos (e muito mais) adiante. O extraordinário acompanhou a vida comum de um homem que decidiu sonhar os sonhos de Deus.

Deus se compromete com aquilo que promete porque as suas promessas estão ligadas aos Seus próprios sonhos: planos de causar o bem, e nunca o mal. Planos regados em amor, em graça e em santidade.

Abraão, o estéril que se tornou pai de nações, está na genealogia de Jesus. Família de Deus. A semente de Isaac, um dia, contribuiria com a paternidade do próprio filho de Deus - o sonho de ser pai de Abraão o fez pai dos pais do próprio Cristo. O Cristo prometido à Adão, já falecido, mas o primeiro de nós. Consegue ver?

Não existe ninguém melhor que o Senhor do Tempo no quesito sonhos. Você, mesmo, aí, é o cumprimento de um sonho. E existe uma escolha à sua espreita: aceitar viver o desígnio Eterno sonhado sobre você ou deixar passar a Eternidade em troca do tempo presente. Deus sempre dá a oportunidade de manifestação de vontade - foi assim com Adão e Eva, que manifestaram a sua de seguir um caminho distinto; e assim o fizeram - sendo-lhed dado, após, a oportunidade de arrepender-se e retornar.

A escolha ainda bate à porta, Cristo ainda é o mesmo e ainda é o caminho para a plenitude de Deus. Aceitar Jesus significa aceitar sonhar o que Deus sonha e cumprir em Si mesmo os Seus desígnios e a sua boa, perfeita e agradável vontade.

Os sonhos de Deus vão sempre além da vida: além dos olhos, das mãos, do toque, da correria diária, do mundo presente. Não significa que não toquem essa atmosfera: tocam sim, e muito. Mas se nossa esperança se limitar apenas à esta vida, somos os mais infelizes dos homens - como disse o sonhador Paulo.

E se os seus sonhos parecerem destruídos por Ele em algum momento da caminhada, te é permitido descansar na certeza de que existem sonhos maiores e melhores vindo - ainda que eles custem bem mais que o esperado e sejam diferentes do imaginado.

Deus pode até dizer não à certas coisas e destruir certos planos, nunca pelo mal - Ele nunca falha em fazer o melhor e nem nunca falhará em realizar o Seu propósito. Cristo é o “sim” de Deus para todas as coisas - nEle encontramos a afirmação do cumprimento de todas as promessas que nos foram feitas. Tão somente: confiança.