Fragmentação
O profissional da Psicologia que tem me acompanhado gosta de perguntar como é a minha semana. Minhas sessões de Psicoterapia, habitualmente e corriqueiramente, acontecem na sexta-feira. Posto isto, eu sempre respondo que minha Semana é boa e ruim. Eu, autêntico, legítimo e genuíno, transmito e informo que tenho sentimentos bons e ruins. Para Exemplificar, pronunciarei sobre a dualidade, a duplicidade que é a vida. Amor e ódio; felicidade e tristeza; calor e frio; vida e Morte; céu e inferno. Como eu tenho depressão, eu nunca senti aquele entristecimento, esmorecimento, descontentamento E soturnidade entranhados, profundos e inveterados. O sintoma predominante, prevalecente e preponderante é o Pensamento de morte e suicídio. Desde o encetamento. E o sintoma me faz companhia até hoje. Não sei se este sintoma é Singularmente ou fundamentalmente da depressão ou da psicose que já penetrou, infiltrou-se e entranhou-se na minha Mente, no meu cérebro, nos meus pensamentos. Há três anos, eu tenho estes pensamentos desfavoráveis, peçonhentos e Adversos. A única droga, fármaco, psicofármaco ou medicamento que aplacou, mitigou e suavizou os pensamentos foi o Antipsicótico. Sendo médico veterinário, eu não quero conferenciar sobre psicofarmacologia. Não obstante, o medicamento Suavizou e abrandou a veemência e a impetuosidade dos pensamentos. Sem embargo, o efeito terapêutico veio rodeado Pelo efeito colateral hegemônico e elementar, o ganho de peso. Engordei quase vinte quilos em dez meses de tratamento. Ademais, eu conversei com meu médico e nós entendemos e decidimos que a manutenção, a conservação e o Prosseguimento do tratamento com o fármaco correspondem à ponderação e a prudência. Por consequência, esta temática Não acaba por aqui. Tudo o que eu disse é apenas um desmembramento, uma fragmentação ou um fracionamento do meu Real distúrbio. Sim, pessoas estão envolvidas. Pessoas que eu amei. Pessoas pelas quais eu quase fui para o inferno. Obrigado.