O homem humano... (análise-reflexiva)*
Comportamentos, de homens e mulheres, para serem compreendidos adequadamente precisam da mediação de alguns elementos cognitivos: análise crítica, contextualização, relação entre pensar e pensamento, entre pensar e expressão do pensado, relação entre poder e dever, relação entre Ética e Moral, Educação e respeito, entre muitos outros. Portanto, é processo complexo em sua radicalidade.
Para começar, ninguém nasce humano no sentido do desenvolvimento das características atribuídas a um ser civilizado. Nascemos entre humanos. Tornamo-nos humanos por meio da Educação (família, instituições sociais e cultura). Ainda assim, MUITOS, mesmo passando por muitas instituições educativas, não se tornam humanos no sentido das exigências mínimas ensejadas pela sociedade.
Outro fator é a vulnerabilidade do ser humano em relação aos comportamentos considerados padrões ou moralmente indicados pela maioria como corretos. Neste sentido, ninguém consegue estar moralmente correto e nem errado o tempo todo. Os deslizes comportamentais, sejam de comunicação ou de atitudes são... humanos. O que faz de um humano um ‘bom’ humano é o equilíbrio entre o que PODE e o que DEVE fazer nos lugares que frequenta. Já está na bíblia a máxima: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém”. (1 Cor. 6:12).
O episódio do deputado paulista em relação às mulheres ucranianas (país em guerra e mulheres em fuga) mostra duas facetas cruéis do comportamento humano: a imperfeição e o preconceito estrutural. Sim!, há muitas outras facetas que incomodam e impedem o desenvolvimento humano em direção à civilidade desejada e ainda não alcançada plenamente. Será alcançada algum dia? quem sabe? Eu penso que, em plenitude, nunca.
Em síntese, mulheres são as vítimas mais afetadas pelos diferentes eventos dentro do preconceito. Nesse contexto, homens com algum tipo de poder (significativo) são os agressores mais potenciais e as mulheres mais vulneráveis as mais afetadas.
Como mudar esta realidade?
Primeiro (a minha utopia), por meio da Educação. Maiúscula porque, como conjunto, abrange família, sociedade e cultura. Precisamos pensar em educação familiar, educação social e educação cultural como processos distintos em si, porém, imbricados com o desenvolvimento da civilização, da sociedade.
Segundo, como a educação, por melhor que seja, não é capaz de resolver tudo, precisa-se punir EXEMPLARMENTE quem não se comporta dentro de um padrão moral mínimo desejado. Não defendo eliminação social do indivíduo, mas, no caso em questão e outros em tela social, penso que a perda dos direitos políticos eletivos em qualquer esfera seria positiva para os demais. Seria uma forma de sentir os efeitos da irresponsabilidade social e para servir como exemplo inibidor de outras tentativas.
Isso resolveria os problemas, contradições e desafios humanos? Creio que não. Nesse sentido, duvido que a humanidade algum dia alcance algum grau de civilidade que contemple o respeito, a justiça e a igualdade social e humana. O que sei que, sem normas e controle dos humanos, não há chance de uma humanidade nos critérios que mesmo criamos para sugerir o ideal humano.
Humanos? Ainda não!
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* Outras interpretações são possíveis e válidas para boas análises reflexivas.