Incompreensíveis dedos das guerras

Incompreensivel

Por mais que eu tente,

não consigo compreender

como, milhares e milhares,

quais cães encoleirados

à rédea de um dono

se curvem a obedecer .

Em nome de quê ? Um símbolo? Um brasão? Uma cor de bandeira?

A vida de outrem no limite entre a razão e a bestialidade de frenéticos dedos de quem se deixa embrutecer.

O quê, nos limites da humanidade, seria mais importante, teria mais apreço que filhos, crianças? ( São a pureza, a perpetuação )

Como é possível, homens feitos, marmanjos, aparentemente dotados de inteligência (ou ,ao menos bom senso) portarem-se como manada de ordenha às mãos de seus donos?

Uma vez me disseram que meu pensamento é anarquista. Penso que não sou.

Entretanto, se atentar para o racional for a base do anarquismo, sim o seria. Mas não, não desprezo uma sociedade organizada por movimento pendular de peso e contrapesos.

Estou certo que, em qualquer método e forma de organização que se aparte do princípio trazido por Cristo - MATEUS 5.1-11- , toda ela está sujeita a injustiça.

Finalizando, não consigo, por mais que eu tente, não consigo compreender uma subserviência de manada.

"Arranco" meus cabelos em questionamentos e fico me perguntando :

" Como, milhares de chefes de famílias, milhares que têm seus idosos, milhares que sabem bem o que tudo isso significa, podem obedecer ordens de um só homem?

Como podem seguir para destruir e ferir ao que prezam e têm por mais sagrado no limítrofe humano - a família? "

Senão por uma subserviência bovina, pelo quê?

Por um símbolo de uma bandeira de pano que o tempo vai puir?

Por um pedaço de terra que está fadada à destruição?

Uma medalha ao peito, vale o dissabor ao olhar de uma criança que se vê forçada, em fuga, abandonar sua infância?

Uma condecoração, vale prejudicar a convalescença de um enfermo ou, desassossegar a tranquilidade de idosos?

Em nome de quê , milhares entendem que um só homem é mais importante que sua própria vida e família, famílias de terceiros, crianças, idosos e tantos indefesos e hospitalizados?

As guerras deveriam ser resolvidas entre aqueles que as declarassem.

Com direito a telões em praças públicas, o povo pararia para assistir como se fosse uma partida de futebol. Do ringue, só um poderia sair vivo e como prêmio, o orgulho de ter sido o vencedor. Depois, o povo de um e de outro lado seguiam a viver suas vidas, comentando os melhores lances e, esperando o próximo conflito de outros dois bestas que declarassem suas guerras.

Parece uma forma lúdica de ver as coisas mas, tenho quase que certeza que, não existiriam guerras se a "massa" desses milhares não fosse tão bovina e subserviente.