A ARVORE
A cronica do dia
19 de Dezembro
A ÁRVORE
Era bem forte, até a primeira machadada,quando perdi o meu velho pai, quando tinha 25 anos e naquela noite, acabava de chegar do cinema.
Não me parecia grave a doença dele,ele já fora levado ao hospital em piores situações,mas aquele dia foi fatal.
E está foi a primeira machadada, na raiz da árvore. A segunda machadada foi depois do nascimento da minha primeira filha que veio ao mundo portadora de autismo.
Ah, eu tinha tantos planos. A religião me deu sentido a vida e amenizou a minha dor, mas veio a terceira machadada:
A diabetes levou minha mãezinha.
Foi depois de uma visita ao hospital onde ela estava internada.
Ela pediu que lhe trouxesse uvas e eu espremi na sua boca uma uva que ela sorveu avidamente. Na volta pra casa, a noricia dada pelo meu
irmão Paulinho:
Ela se foi, ela nos deixou.
E tome machadada,A querida tia Maria, que os meus irmaos chamavam Bilunguinha,foi a próxima e como doeu esta machadada, tanto como a outra que foi a perda do querido tio Benicio,que um câncer me tirou.E as machadadas continuaram,o velho tio Armando,o rolão como o chamávamos,também foi dormir junto aos nossos antepassados,como se dizia antigamente.
E não pararam por ai nao, veio esta terrivel pandemia que além de me aprisionar em casa, ainda ceifou a vida do meu querido irmão que quando me vinha visitar emchia meu coração de fe e esperanca.
Mas felizmente a árvore eforte ,nenhuma destas machadadas a derrubou, foi por pouco, uma operação de ponte de safena, quase o conseguiu.
O Senhor e a minha rocha, meu escudo e minha fortaleza e tem me sustentado.