INVISÍVEIS COMPANHEIROS

Andamos sempre acompanhados, por mais que não pareça.

Acreditar que somos solitários é um ledo engano.

São condiscípulos que encontramos pelo caminho, e os abraçamos como amigos, mas talvez não sejam tão amigos assim, mas o falso apoio nos mostra que sim, e a nossa inocência concorda por acreditar em todos os ombros pelo caminho.

A inocência e a primeira companhia a nós seguir , parece ser uma irmã gêmea.

Nasce junto com a gente, infelizmente parece ter alguma doença degenerativa, pois vai morrendo a medida que crescemos.

Nem todos estes amigos citados,são de má índole, alguns tem o temperamento necessário para nós passar a bonança, por exemplo o tal do amor, o melhor dentre milhares que eu não conseguiria ditar agora.

Por conta do pouco tempo que tenho de jornada, alguns por sorte ou azar nunca chegarei a encontrá-los.

Manias e vícios, são pequenas criaturas, as criamos, e alimentamos como animais de estimação, insistimos em ter ao lado, para não nos sentirmos sós, por insistência da insegurança talvez.

Há aqueles, que vão envelhecendo conosco, alguns mudam outros não, vivem na insistência de ser quem são, teimosos sentimentos, que vão calcificando como pedras nos rins, e nos incomodam sempre, São os velhos Hábitos, estes verdadeiros sangue sugas, precisam de nós para sobreviver, verdadeiros hospedeiros.

E para expulsarmos, e preciso mudar sem que eles percebam, e usar a sutileza de não voltar ao lugar onde os deixamos.

Parecem que são duras e grandes pedras que levamos, e cada uma que soltamos, vão nos tornando mais confiantes, deixamos então de ficar curvos, e criamos uma postura mais ereta.

De todas estas companhias de viagem, a que gosto muito é da experiência, pois ela conhece todas as outras, e nos ensina a conviver com cada um sem haver atropelos.

Enfim estão todos estes que consegui conhecer, e acreditem , estão agora ao seu lado, por mais que não perceba, invisíveis companheiros, insistem a nos seguir até a nossa partida, fazem parte do nosso progresso pessoal, passageiros do nosso inconsciente, rumo a nossa decadência ou evolução pessoal.

(Do livro Textos Avulsos)

( George Loez)