Algum dia
Meia noite e trinta e cinco. Eu começo a escrever. Hoje é domingo.
Primeiro de agosto. Estou habituado a ficar com os cabelos presos.
Porém, estou com eles soltos. Degluto meus medicamentos meia-noite.
Meus pais viajaram e estou sozinho em casa. Decidi registrar a noite.
Comuniquei-me aqui algumas vezes sobre meus padecimentos.
O adoecimento ou disfunção mental que eu tenho tratado e cuidado.
Depressão, ansiedade, síndrome do pânico e o extravagante ''TOC''.
Transtorno obsessivo compulsivo. Pensamentos reiterativos.
Repetitórios, recorrentes e insistentes. Já faz dois anos. Uma luta.
A minha cabeça é controlada e dominada por pensamentos ruins.
A depressão se instaurou por causa dos pensamentos nefastos.
Sob o mesmo ponto de vista, o médico trata o paciente enfermiço.
Meu médico psiquiatra e meu psicanalista estão me tratando.
Enquanto eu componho essa matéria, estou sem pensamentos.
Meu entendimento e discernimento convergem para um ponto.
O vigente conteúdo. Deus, obrigado pelo momento de paz.
Serenidade, tranquilidade e quietude. Sem pensamentos macabros.
Apesar disso, eu sei que esse instante durará pouco tempo.
Já estou familiarizado. Minha tortura diária. Uma flagelação.
Um sofrimento estarrecedor. Algum dia, eu encontrarei a cura?