COMENTANDO frases.

Sociedade desigual não é sociedade humana.

“Taxar grandes fortunas reduz desigualdade, mas empobrece os ricos” (Flávio Rocha – dono da Riachuelo).

A frase de mais impacto neste final de semana (17/18 de julho de 2021) foi esta do empresário Flávio Rocha, do centro de exploração laboral chamado RIACHUELO.

Para iniciar meus breves devaneios utópicos sobre o que seria uma sociedade de fato humana, segundo os critérios estabelecidos por esta mesma sociedade, repito que não há sociedade humana, de fato, em cujo contexto (interior da sociedade) exista a desigualdade social. Aliás, nem sociedade é porque sociedade pressupõe espaço coletivo para todos. Espaço para todos só existe quando estes ‘todos’ têm oportunidades de crescerem e se desenvolverem mediados pelas mesmas oportunidades. Fora desses argumentos, mera retórica narcísica, solipsismo protegido por um (quase) cristalizado subjetivismo.

A frase do empresário representa o espírito da quase totalidade dos ricos no mundo. Não é exclusividade nossa, brasileira. A diferença entre outros alguns, talvez, seja uma consciência maior de que o significado mais profundo da riqueza é a exploração alheia. Isso significa que toda forma de riqueza é, em última instância e análise, fruto da exploração alheia. Qualquer forma de riqueza. Inclusive ganhar na loteria. Quando o rico se conscientiza dessa realidade, quase sempre no derradeiro da sua trajetória existencial, já não há volta para uma qualificação da sua subjetividade e consciência moral. Resta aplacar a mente dos ‘crimes’ cometidos repartindo os infortúnios.