Crônicas de um salão de beleza

Ontem eu fui ao salão de beleza para cuidar dos meus cabelos.

Meus cabelos são compridos e louro. Então, é um pouco fatigante.

Mesmo sendo homem, não corto meu cabelo há três anos.

O meu cabelo é naturalmente anelado, porém há química nele.

Dessa maneira, ele necessita de cuidado constante e periódico.

A grande multiplicidade das mulheres aprecia ir ao cabeleireiro.

Neste ambiente, nós podemos presenciar e testemunhar de tudo.

Primordialmente, bate-papo e falatório. Eu contemplo tudo.

É um âmbito de espontaneidade e sociabilidade. De desinibição.

A Língua Portuguesa é expressa ou proferida de maneira coloquial.

Sendo assim, o idioma não cumpre formalidades. É descontraído.

E eu, como escritor e médico-veterinário, retifico todas as palavras.

Instintivamente, corrijo todos os vocábulos e locuções discorridas.

Evidentemente e mentalmente. Não quero ser um azucrinante.

Um enfadonho e fastidioso. Paralelamente a isso, é inquietante.

Haja vista que essa circunstância revela a baixa escolaridade.

O apedeutismo e a incultura. Nitidamente, o tema é superficial.

O assunto conferenciado entre as clientes do local é quotidiano.

Família, relacionamentos, ansiedade e frustrações são alguns.

Normalmente, eu sou o único homem dentre as mulheres.

E a minha cabeleireira já está ambientada com o meu jeito.

Com a minha peculiaridade. Eu sento na extremidade e observo.

Fito e atento para todas as verbosidades ou tagarelice.

Esse escrito não é uma discordância ou reprimenda.

Uma condenação ao estilo de vivência do gênero feminino.

O texto é apenas um relato. Ou melhor, uma crônica.

Crônicas de um salão de beleza.

Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 27/06/2021
Reeditado em 02/10/2022
Código do texto: T7287776
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