Eliminação

Ainda não superei o que me foi confessado por uma pessoa displicente.

Diria até repulsiva e indigesta. Eu estava deitado no meu quarto.

Essa individualidade relatou que eu estava preocupando meus pais.

Tal entidade humana divulgou que minha mãe estava chorando.

E que meu pai já não tinha mais aprazimento e exultação em seu ser.

Contentamento e felicidade. A face do meu pai estava taciturna.

Enternecedora e desolada. Apesar disso, o sujeito queria ajudar.

Porém, com suas palavras venenosas, o beltrano só me acabrunhou.

Desestruturou e desalentou. As palavras transpassaram minha alma.

Elas penetraram meu íntimo. E, frequentemente, isso repete.

Como eu padeço do Transtorno Obsessivo Compulsivo, eu sofro.

Com pensamentos repetitivos e ruminativos. É um martírio.

Em vista disso, ainda fui preconizado a jogar meus remédios fora.

Indubitavelmente, eu uso muita medicação para funcionar e viver.

Contudo, é uma imprescindibilidade; uma indispensabilidade.

Eu estou enfermiço e achacadiço. Não é uma seleção minha.

Não optei por ficar doente. É claro que eu descartei tudo dito.

Eu quero um afastamento; uma segregação. Pelo meu bem.

Pela preservação e conservação da minha saúde mental.

Desculpa, mas eu estou excluindo ou eliminando você da minha vida.

Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 25/06/2021
Reeditado em 02/10/2022
Código do texto: T7286202
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