Uma visita impertinente
Recebi uma visita absolutamente extemporânea e surpreendente.
Repentina e intempestiva. No entanto, aborrecedora e impertinente.
Displicente e descortês. Eu me senti muito mal com sua presença.
Primeiramente, minha ansiedade está elevadíssima. Queria controlá-la.
Constantemente, a ansiedade me importuna; me inferniza e me amola.
Simultaneamente, eu ingeri dois tranquilizantes ou ansiolíticos.
A farmacologia é uma consolação; um lenitivo e um refrigério.
O elemento impremeditado e imprevisto foi tóxico e venenoso.
O sujeito disse que eu deveria abandonar a minha medicação.
Similarmente, o indivíduo também alegou que ela me faz mal.
Ela, a medicação. Essa pessoa ainda comunicou sobre meus pais.
Tendo a desafabilidade e a insolência ao dizer que eles estavam mal.
É claro que eu fiquei compungido e consternado com as palavras.
Todavia, eu costumava gostar dessa pessoa. Hoje, não sei mais.
Ela tem um histórico de ser ríspida e desagradável. Rude.
Eu tomo antidepressivo, ansiolítico e antipsicótico. Diariamente.
Minha mente não está trabalhando muito bem. Desde a crise.
A crise de ansiedade e depressão. Eu falei com minha mãe.
Minha mãe chorou por conta da minha condição. Eu compreendo.
Atormentamento e afligimento que os pais têm para conosco.
Eu sei que é fatigante e intrincado ter depressão e ansiedade.
A família, ocasionalmente, julga e sentencia. Analisa e classifica.
Entretanto, eu gostaria de dizer que continuarei meu tratamento.
Meu tratamento psiquiátrico. A psiquiatria ainda é um tabu.
Efetuo meu tratamento psicanalítico também. A psicanálise é essencial.
Dessa forma, darei continuidade aos recursos terapêuticos disponíveis.
Mediante o exposto, em relação à pessoa inoportuna, eu desconsidero.
É como expressou um amigo, colocar na conta da ignorância.
Do obscurantismo e do apedeutismo. Da insipiência e da incultura.
E eu sigo em paz, com a farmacologia, a psiquiatria e a psicanálise.