ACADEMIA CRISTÃ DE LETRAS
Agradeço inicialmente aos membros da Academia Cristã de Letras pela confiança em eleger-me. Considero uma honra e um privilégio ocupar a cadeira n.º 9. da qual o patrono Visconde de Cairu, se imortalizou,
podendo agora representa-lo como se ele fosse nesta jornada de sucessões que os seus sucessores: Júlio Augusto de Mello e Silva; José Pedro Leite Cordeiro e Roberto Machado Carvalho honraram esta cadeira nas suas assentadas.
Visconde de Cairu foi uma personalidade tão significante, que muitos quiseram usar o seu pseudónimo como meio de se envaidecer com este codinome. Uma das inúmeras pessoas que adotaram este onomástico foi nada mais, nada menos, do que Dom Pedro I.
Tamanha era o significado da portabilidade deste nome, que o Imperador se fez menor para se revelar a altura do não menos inferior do que o Marques Visconde de Cairu, por ocasião da sua iniciação da Maçonaria do Brasil. Ocasião em que pelo Rito Adoniramita, ele tinha que escolher um nome para se identificar na Ordem, ocultando-se no Mundo Profano.
Quem era o Visconde de Cairu?
Foi um brasileiro nascido em Salvador da Bahia na data de 16 de julho de 1756, recebido na Pia Batismal como o nome de José da Silva Lisboa, cuja estirpe era portuguesa, educado pela Ordem dos Carmelitas desde tenra idade, estudando filosofia, gramática, latim e aprendeu a tocar piano.
Foi para Lisboa, onde estudou retórica e preparou-se para entrar na Universidade de Coimbra. Com 18 anos, ingressa no curso de Direito.
Depois de quatro anos passa no concurso público, como interino para a cadeira de grego e hebraico, no Real Colégio das Artes.
É convidado para lecionar na universidade onde estuda vindo a tornar-se político, publicista e jurisconsulto de D. João VI.
Fundou o jornal "Conciliador do Reino Unido", defendeu os direitos do príncipe e ponderou as vantagens da monarquia continental.
Foi Desembargador da Mesa do Paço e da Casa de Rogo, Deputado e Senador.
A sua maior preocupação era o progresso do Brasil. Cairu foi um homem de grandes conquistas pessoais, usando-as para conseguir os objetivos patrióticos.
A sua influência pesou de modo decisivo na política, proporcionando um grande passo no desenvolvimento do país.
Em 1825, recebe o título de Barão e em 1826, o de Visconde de Cairu. Nesse mesmo ano torna-se Senador do Império, escolhido por D. Pedro I.
Em 1832, se empenhou pela criação de uma Universidade no Rio de Janeiro.
José Francisco Ferraz Luz