Conversa entre amigos sobre a língua, memória e palavra. - A LÍNGUA MAIS ANTIGA E O PROTÓTIPO - SAUSSURE
Conversa entre amigos sobre a língua, memória e palavra.
[20:22, 01/03/2021] Jose: Prazer em servir, ser útil.
[20:23, 01/03/2021] Jose: Grazie di Dio!
[20:24, 01/03/2021] Jose: Your welcome
[20:25, 01/03/2021] Jose: grata tua
[20:25, 01/03/2021] Jose: Prego
[20:26, 01/03/2021] Jose: No hay de qué
[20:27, 01/03/2021] Jose: Je t'en prie
[20:27, 01/03/2021] Profa. Marla: Kkkkk
[20:28, 01/03/2021] Jose: Παρακαλώ e pronúncia em grego: Parakaló
[20:28, 01/03/2021] Jose: Bom descanso.
[20:30, 01/03/2021] Jose: Gratias (latim)
[20:30, 01/03/2021] Profa. Marla: Legal
[20:31, 01/03/2021] Jose: Porque o latim, matriz das novelatinas ou mãe das neolatinas tem algumas semelhanças linguístico-fonéticas ou vocabular.
[20:32, 01/03/2021] Jose: São 5 neolatinas: Português, Espanhol, Francês, Italiano e Romeno.
[20:34, 01/03/2021] Profa. Marla: Isso mesmo, todas originaram do latim, tem palavras que não utilizamos mais, mas consta no dicionário nosso, como periódico, nas novelas de época eles utilizam esse termo, seria o jornal, é os latinos utilizam ainda hj periódico.
[20:34, 01/03/2021] Jose: O português iniciou-se lá pelo século 6 ou 7 com os romanos dominando os celtas, depois houve posterior formatação linguística no séc. X ou XI com o galego-português das cantigas trovadorescas, depois consolidou-se com Lusíadas, de Luís Vaz de Camões no século VI.
[20:35, 01/03/2021] Profa. Marla: Nossa vc grava tudo bem que memória João, queria ter a minha assim tbem.
[20:51, 01/03/2021] Jose: Não é bem assim. Já sofri tanto com esse lance de memória em uns momentos da vida. Até chorei... a
[20:52, 01/03/2021] Jose: Achava que tinha defeito de fabricação ou de qualidade total...
[20:52, 01/03/2021] Jose: Mas de tanto ler, de tanto estudar, de tanto passar a noite em claro... até quase adoeci...
[20:53, 01/03/2021] Jose: Quis provar para mim que eu podia passar no vestibular... concursos... estudei e estudei... até que um dia ou uma noite estrelada: disse para mim, agora sim, sou bom o que sou...
[20:54, 01/03/2021] Jose: E quando precisar o cérebro e o coração vai me surpreendi e a memória vai brilhar.
[20:54, 01/03/2021] Jose: E aconteceu o milagre.
[20:55, 01/03/2021] Jose: O ser sem cultura e memória não tem história e emoção...
[20:57, 01/03/2021] Jose: Sabor vem de saber e ambos de sapere e Homo sapiens é o homem que sabe (usar a inteligência e as mãos...), fazer acontecer as coisas... ( = poesis no grego é fazer...), depois o homem se tornou Homo faber, fabril e fez fábricas...
[20:57, 01/03/2021] Jose: E as palavras vem brincar com a gente quando dela nos aproximamos lúdica(mente) e sem pretensão...
[21:03, 01/03/2021] Jose: Meu pai me influenciou porque tinha duas estantes de livros em casa.
[21:03, 01/03/2021] Jose: E gostava de ler muito.
[21:04, 01/03/2021] Jose: Leu os Grandes julgamentos da história. Sertões. Lobisangue Ramba, Bíblia, Imitação de Cristo.. Mais tarde, os livros de direito e fez odontologia, contabilidade, advocacia.
José ou J B Pereira, professor de português,
e
Marla ou Marlene, professora de Espanhol e Educação Física,
em Piracicaba, 01/03/2021.
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Saussure16
CursoDeLinguisticaGeral.pdf
CURSO DE LINGUISTICA GERALedisciplinas.usp.br › mod_resource › content › Saussure1...PDF
Curso de lingUistica geraI I Ferdinand de Saussure ; organizado por Charles Bally, Albert ... http://www.pensamento-cultrix.com.br ... O arbitrário absoluto e o arbitr'rio relativo. 152 ... curso - De16 de janeiro a 3 de julho de 1907, com. 6 alunos ...
" Em seus primórdios, a Linguística indo-europeia não compreendeu o verdadeiro fim da comparação nem a importância
do método reconstitutivo (ver p. 9 s.). Isso explica um de
seus erros mais palpáveis: o papel exagerado e quase exclusivo
que atribui ao sânscrito na comparação; como se trata do mais
antigo documento do indo-europeu, tal documento foi promovido à dignidade de prot6tipo. Uma coisa é supor o indo-europeu engendrando o sânscrito, o grego, o eslavo, o céltico, o itálico, e outra é colocar uma dessas línguas no lugar do indo-europeu. t claro que a hipótese nunca foi formulada tão categoricamente quanto acabamos de fazê-lo, mas na prática ela era
tacitamente admitida. Bopp escrevia que "não acreditava que
o sânscrito pudesse ser a fonte comum", como se fosse possível
fonnular, mesmo dubitativamente, semelhante suposição,:
Isso nos leva a perguntar-nos o que se quer dizer quando
se diz de uma lingua que M:ria mais antiga ou mais velha que
outra. Ttfs interpretações são possíveis, em teoria:
1.9 Pode-se, inicialmente, pensar na origem primeira, no
ponto de partida de uma língua; o mais simples raciocínio, porém, mostra que não há nenhuma à qual se possa consignar uma
idade, porque toda llngua é a continuação da que se falava antes dela. Não acontece à linguagem o mesmo que à Humanidade: a continuidade absoluta de seu desenvolvimento impede
distinguir nela gerações, e Gaston Paris se insurgia, com razão,
contra a concepção de llnguas filhas e de llnguas mã.., porque
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tal concepção supõe interrupções. Não é, pois, nesse sentido que
se pode dizer que uma 1lngua é mais velha que outra.
2.' Pode-se também dar a entender que um estado de lin·
gua foi surpreendido numa época mais antiga que outra: assim.
o persa das inscrições aquemênidas é mais antigo que o persa
de Firdusi. Desde que se trate, como neste caso especifico, de
dois idiomas positivamente surgidos um do outro, e igualmente
bem conhecidos, não é preciso dizer que s6 o mais antigo deve
ser levado em conta. Mas se essas duas condições não forem
satisfeitas, tal antiguidade não terá nenhuma importância; assim, o lituano, atestado s6 a partir de 1540, não é menos precioso, nesse particular, que o páleoCeslavo, documentado no
século X, ou, mesmo, que o sânscrito do Rigveda.
3.' A palavra "antigo" pode designar, enfim, um estado
de lingua mais arcaico, vaIe dizer, cujas formas se mantiveram
mais proximas do modelo primitivo, afora toda questão de data.
Nesse sentido, podeMe-ia dizer que o lituano do século XVI é
mais antigo que o latim do século III antes de nossa era.
Se se atribui ao sânscrito maior antiguidade que a outras
Iinguas, isso não pode ser senão no segundo ou terceiro sentido;
ora, acontece que ele o é em ambos os sentidos.. De um lado,
concorda-se em que os hinos védicos ultrapassam em antiguidade os textos gregos mais antigos; de outro, coisa particularmen.
te importante, a soma de seus caracteres arcaicos é considerá..
vel em comparação com o que outras línguas conservaram
(ver p. 9).
Como conseqüência dessa idéia assaz confusa de antiguidade, que faz do sânscrito algo de anterior a toda a família, aconteceu mais tarde que os lingüistas, mesmo curados da idéia de
uma língua mãe, continuaram a dar importância excessiva ao testemunho que ele fomece como língua colateral.
Em seu livro Origens indo-européias (ver p. 262), Adolphe
Pictet. embora reconhecendo explicitamente a existência de um
povo primitivo que falava sua própria lingua, não se mostra menos convencido de que cumpre consultar, antes de tu~o, o sAnscrito, e de que seu testemunho ultrapassa, em valor, o de várias
outras línguas indo-européias reunidas. Foi eSsa ilusão que
obscureceu, durante longos anos, questões de primeira importância, como a do vocalismo primitivo.
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Tal erro se tem repetido, em ponto pequeno e em pormenor. Ao estudar os ramos particulares do indo-europeu, os
lingüistas se sentiam impelidOl a ver no idioma conhecido mais
antigamente o representante adequado e suficiente do grupo inteiro, sem procurar conhecer melhor o estado primitivo comum.
Por exemplo, em vez de falar do germânico, não se tinha escrú'
pulo em citar muito simplesmente o g6tico, porque é anterior
de vários séculos aos outros dialetos gerrnlnicos; ele se tomava,
por usurpação, o protótipo, a fonte dos outros dialetos. No tocante ao eslavo, os lingüistas se apoiavam exclusivamente no esIavônico ou páleo-eslavo, conhecido no século X, porque os outros são conhecidos a partir de data mais recente.
De fato, é extremamente raro que duas formas da língua
fixadas pela escrita em datas sucessivas representem exatamente
o mesmo idioma em dois momentos de sua história. As mais das
vezes, está-se em presença de dois dialetos que não são a con..
tinuação lingüística um do outro. As exceções confirmam a
regra: a mais ilustre é a das Iinguas romãnicas em face do latim; remontando do francês ao latim, encontramo--DOS bem na
vertical; o território dessas línguas resulta ser, por acaso, o mesmo que aquele em que se falava o latim, e cada uma delas não
é senão o latim evoluído. Vimos também que o persa das inscrições de Dario é o mesmo dialeto que o persa da Idade Média. Mas o inverso é bem mais frequente: 01 testemunhos das
diversas épocas pertencem a dialetos diferentes da mesma família. Assim, o germânico se oferece sucessivamente no gótico de
Úlfilas, cuja continuação não conhecemos, depois nos textos do
antigo alto alemão, mais tarde nos do anglo-saxão, do nórdico etc.; ora, nenhum desses dialetos ou grupos de dialetos é a
continuação daquele que foi atestado anteriormente. Esse estado de coisas pode ser demonstrado pelo seguinte esquema, em
que as letras representam 01 dialetos e as linhas pontilhadas as
épocas sucessivas:
.......•. ..A ..••
......B·..·1..·· .. C·.I.D..... .. L.T. L .E.
época 1
época 2
época 3
época 4
p. 253
À Linguística só cabe felicitar-se por tal estado de coisas;
de outro modo, o primeiro dialeto conhecido (A) conteria de
antemão tudo quanto se poderia deduzir da análise dos estados
subsequentes, ao passo que procurando o ponto de convergência de todos esses dialetos (A, B, C, Dele.) encontrar-se-á uma
forma mais antiga que A, por exemplo um protótipo X, e a
confusão entre A e X será impossível."