Nas rebarbas do desconhecimento, medo e preconceito

É fato, que tenho lidado mal com essa pandemia e toda essa importunação, afobação e transtorno causados pela mesma. O “Fiqueemcasa”, slogan propagado massivamente no início, que agora perdeu força, me deixou muito angustiada, visto que, como a maioria dos brasileiros eu não estava “preparada” para tanto, e assim sofri na pele, as consequências; ajustes familiares, conflitos, desavenças, rotina e tudo mais entrou no rol das aflições com essa pandemia. O uso constante de máscara, uma medida eficaz e de proteção, também me irritou bastante, e ainda me deixa muito desconfortável, mas há uma necessidade imperiosa, então, me adequo a instrução normativa e decretos que preservem à vida.

Na fase inicial da mesma, lá em medos de abril e maio do ano passado, nem poesia eu escrevia, devido ao turbulento momento vivido e sem facilidade de lidar com a situação, agora já passado alguns meses, estou mais “adaptada” à crise de saúde mundial.

Agora, sinto que algo está surgindo ou pelo menos aparecendo o que estava latente, a questão do preconceito. Eu fiz o exame para detecção de Covid 19 o ano passado e deu, graças a Deus, resultado negativo, mas percebo que algumas pessoas que testaram positivo acabaram sendo meio que “deixadas um pouco de lado”, pela menos no primeiro momento. E assim, vamos seguindo. Outro dia conversando com uma pessoa do lugar onde trabalho, veio à baila, a questão da pandemia e todas essas medidas sanitárias, e aí, como está havendo revezamento e preservação de alguns grupos de risco, houve uma citação a respeito das pessoas que usam o transporte coletivo para chegarem ao local de trabalho, e eu sou uma delas, pelo menos , em alguns dia, já que por razões que não cabe especificar não estou dirigindo; enfim, a pandemia e toda situação estranha que vem com ela, traz dúvidas, perigo, chateação e ainda preconceitos. Concordo que o meio de transporte é um fácil proliferador de bactérias, germes e vírus, mas daqui a pouco quem anda de ônibus, terá que ficar em casa e assim, não poderá acessar lugares ou fazer o que lhe é direito e, a vida para!

Não tarda, será a questão da vacinação, os que não foram vacinados, serão de alguma forma " separados", e claro, por se tratar de saúde pública, o apelo desse grupo será ridicularizado, eu não defendo a anarquia e a falta de disciplina, mas teríamos nós, algum direito em situação de crise? Cabe-nos refletir, se tudo se encaminhar por essa seara, estaremos sendo guiados para uma direção, ás escuras.

Tudo que é desconhecido, nos traz medo, dúvidas e inquietações, e claro, tem-se lidar com algo novo e nunca mencionado e estudado, por isso, essa gama enorme de profissionais da saúde tentando explicar isso, e contradizendo aquilo, o que nos resta? Cismas, dúvidas e aquele temor de que possa nos acometer a qualquer instante , vindo de qualquer lugar, e aí, entramos no território do abstrato; e sem muito embasamento científico, vamos somando sombras e turvando ainda mais o ambiente onde vivemos.

Registro esse fato, só para mencionar que as pessoas sofrem com crise de saúde pública, com falta de recursos e apoio de setores da sociedade ou do governo, e ainda tem de conviver com preconceitos, mesmo que possa parecer pequeno e apenas um detalhe, acaba redundando em algo mais que segmenta e isola, os “sãos e o não aceitáveis”, como sempre, um perigo a médio ou longo prazo.

Precaução, Prevenção, Distanciamento social e Vacinação é a meta e aguardamos resultados positivos, mas também moderação com atitudes que podem gerar mais pessoas infladas a burlar tais normas, ditames ou regras. Bom senso!

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Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 09/02/2021
Reeditado em 20/03/2021
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