Se Não Fossem os Escritores...
Por Nemilson Vieira (*)
Há muitas histórias para contarmos; sentimentos, emoções… A serem revelados. Reflexões, a provocar pensamentos, senso crítico; ensinos a serem aprendidos, vividos, repassados…
Se desejar produzir algum conteúdo há assuntos para todos os gostos, qual a sua preferência? O que mais gostaria de escrever: romances, poesias, memórias, contos, crónicas, artigos científicos, ensaios, outros géneros? Ponha as mãos na massa e comece! Muitos não seguem no ofício de escrever por falta duma oportunidade, dum incentivo, ou por não buscarem as devidas projeções a esse fim…
Se põem na inércia com os seus dotes diversos e belíssimos. Por algum motivo não despertam tais virtudes artísticas, embora exista na sua essência em alguns de nós.
Há muito conteúdo produzido por aí, engavetados; — materiais até duma relevância literária e, outras. Dificilmente serão conhecidos e reconhecidos.
A vida seria muito complicada sem esses atores sociais, os escritores!
Os escritores seculares, os “sagrados” de antes e depois de Cristo, tiveram a sua importância e contribuíram sem medida com a humanidade em muitas vertentes; história, saberes, culturas milenares… Só foram difundidos, perpetuados, graças a esses personagens essências, os escritores.
O homem sempre teve a necessidade de registrar a sua história… Prova disso são os seus desenhos rupestres, narrativas orais — antes da escrita. Com o advento da escrita os pensadores, pesquisadores, historiadores, escritores nos seus ofícios puderam deixar verdadeiros patrimónios intelectuais à humanidade.
Todo o conhecimento, saberes, aprendizados, produzidos ao longo do tempo, que usufruímos no presente, agradeçam a estes, que se empenharam na produção, impressão e divulgação dos seus conteúdos. Deve, nós, os escritores, cultivarmos os nossos dotes e não vivermos no anonimato… Produzamos e propaguemos a cada dia coisas boas, úteis a nós mesmos e ao próximo!
Que sirvamos de referências nalguma coisa significante que produzirmos! Bons trabalhos precisam aparecerem e serem vistos, apreciados, consumidos…
Que as nossas lides artísticas, culturais e tantas outras, sejam cultivadas com regularidade e paixão sem interrupções; as nossas boas ideias, anseios, conflitos, feitos sejam registrados, produzidos e expostos aos olhos de todos os interessados…
Não guardemos connosco aquilo que precisa ser mostrado, repartido. Reter unicamente para nós o que poderá beneficiar a muitos outros, não é uma atitude coerente.
Seremos com certeza, eternizados no que fizermos (no bom ou no ruim). Se o nosso “fazer” for o essencial, pode ser repartido seguramente com quem não as tem.
Se o bem que chegar às nossas mãos for a graça de escrever, que o façamo-lo com denodo. No produzir, no publicar, na disponibilização ao grande público, servindo-lhe como fonte de uma boa pesquisa, inspiração…
Que o conhecimento, os saberes não fiquem apenas na oralidade.
Se com os nossos trabalhos textuais não houver a preocupação do registro, da impressão ou da virtualização, poderão se perder no trem da história…
Não chegaremos a um desenvolvimento mais humanizado, promissor, na ignorância dessa lógica.
Os escritores têm deixado os seus legados ao pôr no papel aquilo que lhes sucede, bem como o que acontece ao seu redor, no seu quotidiano como ninguém mais…
Se a nossa aptidão for esta, escrever, não percamos a oportunidade de deixarmos a nossa marca no mundo. Ao mostrar o nosso valor, empenho, dedicação e amor, por esta causa que acreditamos e lutamos.
É bom rememorar o que fora idealizado e escrito por mentes pensantes, brilhantes do passado e do presente!
Por isso e muito mais é que vivo a relembrar: se não fosse os escritores nos perderíamos no mundo da ignorância…
*Nemilson Vieira
(05:08:15)