QUANDO PASSA O FAROL
Não sou de enxergar muito bem, na maioria das vezes tenho uma parca visão, talvez seja a idade no uso das coisas.
Por conta disto e que; detesto viajar a noite, pois cria; uma espécie de manto da solidão, cobrindo tudo de breu!
Todo o escuro te deixa vulnerável, e que sem a luz do sol, a vida precisa se camuflar; para se defender, esconder da visibilidade maledicente das coisas.
Entretanto! Independente disto, gostaria de relatar algo que acontece sempre comigo nestes exíguos momentos.
Todas as vezes, quando vem uma forte luz contrária a minha direção, então: quase cega.
É que;acostumamos com as coisas muito rapidamente.
Se está escuro está escuro, se está claro; idem, não existe meio termo.
Sabia natureza, então!
Tudo tem de ser aos poucos, por isto o sol nasce devagar, pois se instantâneo fosse, também cegaria a todos nós.
Por mais que deteste viajar a noite, esta viagem noturna ensina muito a entender as algumas mazelas existenciais, tal qual as perdas da vida.
E que as pessoas são idênticas se comparadas a este citado momento; quando se vão, saem da nossa existência rapidamente, surgem com aquele brilho imenso, e depois vão se distanciando, distanciando até que; viram uma pequena luzinha no retrovisor da memória.
Idêntico aquele momento, quando passa o farol por nós, deixa um rastro e depois some para nunca mais, numa curva qualquer deixada pelo caminho.
( Do meu livro:Textos Avulsos)
(Autor : George Loez)