A Despedida
A DESPEDIDA...
Chegou a hora da despedida: iria eu deixar Campos Belos (GO), e transpor o Estado; — momento difícil.
Um aperto no peito, o abraço nos irmãos, no pai e na mãe; — as lágrimas brotam, nos seus olhos.
Meus pés se puseram no caminho; ainda ao alcance da visão e da voz de alguns deles, mais um 'adeus' dado, recebido… — Adeus, pai! Adeus, mãe!
— Adeus! Vai com Deus meu filho!
— Amém, fica com Deus também mãe, pai!
Na rodoviária, a lembrança de um hino congregacional; abri a Harpa Cristã e em baixo-tom cantei um pouco: “Se Cristo comigo, vai/eu irei/…”.
Com os pertences no ônibus, os abraços finais aos entes queridos que foram à rodoviária comigo.
Ao conferir a passagem, à localização da poltrona, os últimos gestos de despedidas foram marcantes.
Na rodovia que corta a cidade, mais 'adeus', aos velhos conhecidos que via pelas ruas.
... Minha história seguiu seu curso natural, no sonho que fui sonhar…
Com o conforto de contar com a graça de Deus no caminho que segui e, d'Ele estar com os meus, que ficaram na torcida por mim, me tranquilizava.
Até hoje não entendo o gesto de muitos que deixam seu lugar de origem, familiares, amigos, cultura e não mais retornam a esse seu mundo que outrora deixou. Alguns nem mesmo a passeio voltam.
Não foi assim comigo: na confortante esperança do retorno, como bom saudosista sempre revejo meus parentes e amigos que um dia deixei por lá.
Enquanto não retorno (em definitivo) não me canso de repetir sobre a necessidade de fazer o caminho inverso.
Se sair foi doído para mim, a volta, será gratificante; creio nisso. O dia mais feliz de um emigrante é poder voltar à sua terra amada.
Se no meu retorno conseguir levar comigo o bem que busco, mais alegre serei.
Contanto, seria bom se eu pudesse repetir os vencedores que, ao retornarem às suas origens tenha razão de dizer: “Fui, venci e voltei.”
(23:12:14)
*Nemilson Vieira de Morais,
Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.
(23:12:14)