Infeliz!
Olá! Não vou dizer meu nome mas gostaria de desabafar sobre minha vida.
Quero pedir que tenham paciência e me perdoem, não sei escrever certinho.
Bom, sou caçula de 5 irmãos e cresci basicamente sendo criada por minha avó e meus tios, já que minha mãe trabalhava muito no hospital da cidade. Desde que me conheço por gente fui criada dentro da igreja, na época Assembleia de Deus e com 13 anos fui para a Congregação Cristã no Brasil. Eu era uma criança feliz e qnd adolescente tbm, mas a doutrina imposta pela religião era que se namorasse, a regra era: casar em menos de 1 ano.
Nunca fui de namorar um e outro, sempre fui mais tímida até por conta do meu tipo de corpo, na adolescência eu fui ficando mais gordinha e isso me deixava um pouco na defensiva em relação a namorados. Resumindo, com 16 anos comecei a namorar um rapaz da igreja, minha família gostou dele e a dele gostou de mim. O contrário das "regras"da igreja, demorei 3 anos pra casar, primeiro pq eu na verdade não sentia nada por ele, mas de tanto as pessoas ficarem metendo o nariz, eu fui arrastando a situação até chegar ao casamento. Na época, noiva eu não queria terminar e dar desgosto a minha mãe pq era feio aos olhos dos outros chegar a um noivado e depois terminar, o medo era as pessoas falarem que eu já teria transado antes do casamento e depois terminado tudo.
Por fim, depois de 3 anos nos casamos mesmo eu não sentindo amor por ele mas ele era uma pessoa boa e divertido e eu considerava ele meu melhor amigo.
Depois de um tempinho descobri um vício do meu marido e isso me constrangia e me fazia sentir humilhada. Pedi pra que parasse e ele parava por um tempo mas sempre voltava ao vício e por sermos de uma igreja tão rígida e por constrangimento em falar com alguém sobre isso, eu me calei. Sofria sozinha, quieta e todos pensavam que meu casamento era o mais perfeito de todos. Mas só Deus sabe como eu me sentia. Depois de 1 ano casada eu engravidei do meu primeiro filho, e o casamento de aparências seguia firme, depois de 4 anos tive meu segundo filho e as coisas só pioraram. Eu sempre dizia que um dia eu iria pegar meus filhos e ir embora, mas ele nunca acreditou nisso pelo fato de envolver a igreja, ele sempre achou que por medo de ficar "mal falada" eu não teria coragem de pedir o divórcio. Essa relação só foi piorando cada dia que passava. Eu engordei muito depois que meus filhos nasceram e ele sempre teve tara em mulher gorda. Mas chegou num ponto em que a minha obesidade estava afetando minha saúde, então resolvi entrar numa dieta e academia pra reverter meu estado de saúde mas foi o gatilho pra ele começar avançar em cima de mim nas discussões. Foi ficando cada dia mais insuportável e eu não falava nada a ninguém, até então meu casamento era perfeito aos olhos de todo mundo. Foi quando conheci um rapaz na academia e acabei me envolvendo com ele, ele fazia eu me sentir bem e me tratava com todo respeito do mundo, treinando junto comigo me ajudou a perder 24kg em 1 ano. E minha perca de peso só foi prejudicando ainda mais meu casamento. Foi quando um dia eu olhei pros meus filhos e pensei: é essa a memória da infância deles que eu vou fazer eles carregarem? Uma casa cheia de brigas, chingamentos e agressões? A partir desse momento tomei coragem e pedi o divórcio. Foi a maior guerra que eu causei na minha vida.
Mas por outro lado eu estava me sentindo finalmente livre e pensei que teria apoio da minha mãe, por ela também ser divorciada do meu pai. Mas pensei errado. Pedi pra ficar na casa dela até eu arrumar um emprego e depois eu sairia com meus filhos, ela deixou de início, mas não queria que a gente ficasse lá. Tive que ouvir muita coisa e ficar calada porque eu precisava de um teto pra por meus filhos. Consegui um emprego 3 meses depois e aluguei uma casa pra sair da casa da minha mãe. Resumindo mais um pouco, vai completar 1 ano que minha mãe virou as costas pra mim, todo mundo atirou pedra por eu ter pedido o divórcio, todo mundo rotula meu ex marido de marido exemplar, mas ninguém sabe o que passei por 18 anos ao lado dele, ninguém sabe as humilhações que tive q engolir.
Hoje, tenho que dividir a casa com ele porque perdi o emprego na pandemia e não tinha pra onde ir e ele como sendo o pai dos meus filhos, tem obrigação de me ajudar. Mas adivinhem, tô sofrendo ainda mais humilhações que antes, ele joga na minha cara que nem minha mãe me quis, e que eu não tenho mais nada na vida.
Conclusão, estou fazendo tratamento com psicóloga e tentando manter minha sanidade mental pra poder recomeçar. Estou no fundo do poço e sem ninguém pra me dar a mão. Única coisa que tenho é o amor dos meus filhos que sempre estiveram do meu lado.