GUARDANAPOS DE PAPEL
Pouco se sabe sobre as fontes de inspirações, porém entre uma dose e outra, as emoções vão ganhando tamanho e forma.
Um bom diálogo vai se formando em um breve momento até que; vira apenas um monólogo no palco de papel.
Parece uma boa pedida, vez ou outra encontrar e conversar.
Poucos encontros, mas memoráveis, aquele tipo de momento que guardamos na gaveta da memória, e soltamos no papel,já foram feitas músicas assim, tal qual Vinícios de Moraes e Toquinho.
Pode ser até num café, ou na mesa de um bar.
Um gole e pronto, abrimos a caixa da sinceridade, e dizemos coisas que não seriam repetidas nem num divã.
E daí ; se esvaiu mais uma dose, aumentando também o grau das verdades, e metaforicamente se transformam em mentiras, mas tanto faz, pra quem disse ou para quem ouviu, vão morrer ali mesmo até o último trago, por isto trago agora comigo uma caneta, e um bloquinho a tira colo para não passar despercebido o que a gente disse em um instante, e não lembra mais.
Desenho em garranchos os desabafos, ou as chacotas da própria vida, frases feitas pelo encontro. Sorrimos sobre as besteiras que a coragem jogou pra fora, onde a timidez não teve vez.
Quantos amigos tive a honra de encontrar?
Sempre peço ao garson uma saideira ,pois ainda há muita tinta e agora uso o tal bloquinho, quando não há mais guardanapos de papel para se usar, sempre há também; um pouco mais para conversar.
(Do meu livro: Textos Avulsos)
( Autor: George Loez)