O RACISMO E AS "PESSOAS DE BEM"
Ao tocar na pele e dizer "você tem inveja disto aqui", ao apontar para os bens e voltar a fazer tal afirmação fica caracterizada a convicção arraigada da "superioridade" existente e perpetuada ao longo de séculos.
Algo visível, nos últimos casos de racismo - que ganharam repercussão, é ver como o negro incomoda ao ocupar espaços onde predominam a presença de não negros Causam certo "desconforto". Mesmo que seja em situação de prestação de serviço. (Tem a questão de que o negro servindo legitima a divisão das "castas", mas tem que ser, discreto e, extremamente, subserviente).
A situação ganha outro patamar quando e revela o racismo - antes velado, quando o negro insurge, quando se posiciona etc. É interessante as reações das redes sociais e valiosas, pois demonstram algum tipo de reflexão, impositiva ou não...
Espero que, com o tempo, a comoção das redes sociais seja transposta para o cotidiano do convívio social. Que a cor da pele não provoque repulsa, a ponto das mulheres negras e dos homens negros serem alvos no local de trabalho, por exemplo. Que não incomode os colegas, as chefias e subordinados, que não precisem ouvir frases como:
- "Que susto", quando você entra;
- "Você não vai conseguir outra oportunidade como essa";
- "Uma pessoa do seu perfil eu não contrataria, mas vou lhe dar uma chance";
- "Você é problemáticx", quando se posiciona, muitas vezes igual a um não negro que, por sua vez, pode falar o que quiser... Nesse ponto, a reflexão se estende à tolerância ao comportamento dos não negros por mais equivocado que seja... A turba de não negros sabe escolher bem os alvos, para os quais destilam a negatividade que tanto dizem combater ao se definirem como "pessoas de bem".