Discursando a poesia....

A direção, professores, pais, familiares e alunos, em especial a turma 312, ao qual tenho o imenso orgulho de ser a madrinha. Para me ajudar neste discurso vou chamar alguns nomes da literatura e da música como: Vandré, Carlos Drummond de Andrade, Cartola, Renato Russo, Cazuza, Vinicius de Moraes. Então...

Quero dizer que não falarei das flores, contudo, falarei dos alunos da turma 312.

Quero dizer que não discursarei sobre o mundo complexo da educação e dos vestibulares, mas também não discursarei o mundo futuro e suas incertezas, pois estou conectada ao presente dos alunos da turma 312, olho meus meninos e meninas, estão sérios, talvez divididos entre os sentimentos de tristeza e alegria, porém sei que nutrem grandes esperanças.

Quero dizer que o mundo lá fora é grande, imenso, então não afastemos muito, contudo se nos afastarmos que seja para sermos muito felizes.

Quero dizer que o Instituto de Educação é uma rua que passa em muitos países, entretanto, se não a encontrarem, nós estaremos aqui e os saudaremos como grandes amigos em todos os momentos de suas vidas.

Quero dizer que o Instituto de Educação e a turma 312 formam um só diamante, em que ajudaram a tornar mais brilhante com suas presenças coloridas e risonhas.

Quero dizer que quando os alunos da 312 nasceram, um anjo sonhador desses que vivem nas nuvens, disse: vai turma 312! Vai ser feliz vida afora!!!

Quero dizer que meu coração está dolorido, porém não reclamo, pois tenho o amor da turma 312, porque ainda que eu conheça toda literatura do mundo e escreva numa gramática perfeita, sem amor, eu nada seria.

Quero dizer que não vivam remoendo pequenos problemas, querendo aquilo que não tem, também não vivam contando dinheiro, principalmente, não fiquem esperando alguém que caiba nos seus sonhos.

Quero dizer que ainda é cedo turma 312, mas já anuncias a hora da partida sabendo o rumo que irás tomar.

Então...

Quero me despedir literariamente da turma 312, dizendo o Soneto da separação, de Vinicius de Moraes.

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como bruma

E das bocas unidas fez-se o espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.

Fez do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, mais que de repente.

Discurso feito para a turma 312, do ano de 2006, ao qual eu tive o prazer e honra de ser paraninfa.

Isa Piedras

12/2007