Monólogo 1
[O que faz você no meio destes
Com tua aura irresoluta
Se opondo a cada luta
Posando, em sua postura culta
Volta para onde és
onde nenhuma força absoluta
Não te permitirá o viés
De ser coisa forçada
Ou abrupta]
A dúvida tomara meu físico e espiritual
De modo que questionava cada movimento
Desde a boca hora escancarada
Aos pequenos passos
Que pareciam não me levar a lugar algum
Estava preso num ciclo infinito
Um círculo imperfeito
Do qual elevava meus medos a níveis autodestrutivos
Era como se as grades tivessem me acolhido pois ali não havia o horror do desconhecido
O mal conhecido já se tornara indolor
Costumeiro
O escuro nada mais era que o fechar dos olhos para não ver
É a cegueira por mim mesmo atribuída
Para evitar a verdade acerca do que me rodeia e tenta me perfurar a pele, músculos, coração, ossos
Durmo como quem não deseja viver determinados momentos
Ando a espera sei lá do que
Buscando no fútil me entreter e logo me desvaneço quando não me embriago do meu próprio silêncio
E os donos dos bares, os que acham que me conhecem, as putas, os intelectuais, aqueles que acordam cedo para encher o cu do governo de dinheiro, que empurram os outros e não se vêem como iguais
Nem sabem o que se acomoda aqui
Enxergam através
E eu como ser invisível não posso reclamar
Apenas observo e sinto, muito
Se eu conseguisse explicar seria confuso e logo esquecido
Há muita convicção nas suas palavras
Muita confusão nas suas ações
Não se para pra pensar no porque das coisas
O pensar tem o único propósito de demonstrar intelectualidade para autoafirmação
Nós tornamos reféns dessa competitividade
Quase como único objetivo de vida
Ser maior que o outro
Venerado
Interessante
Só outra forma de mostrar poder
Eu pintarei as paredes da minha bolha para não ver mais essa catástrofe