BRASIL EM TRÊS PONTOS (1)

Reflexões acerca de um país em desmantelo político.

O Brasil, em termos de representatividade, isto é, de governo, enfrenta uma profunda crise. Não só do ponto de vista interno – o que já é grave –, mas mais significativamente no âmbito internacional. Estamos com pouca credibilidade e perdendo a que ainda temos na comunidade internacional. Isso pode ser devastador para enfrentar as dificuldades que a pós-pandemia vai impor.

Em ‘tempoespaços’ globalizados as expectativas e realidades devem ser conduzidas para que reverberem em cenários universais de forma positiva. Para isso é fundamental que a imagem local seja de uma saudável esperança para quem olha de fora. No nosso cenário, esta imagem é triste. Estamos sem liderança ativa. Estamos doentes, morrendo e com todos os cenários de sociabilidade negativos se agravando em ritmo acelerado.

O que nos falta? De que cenários estamos cientes? Ponderemos: 1) Falta-nos um líder que desperte na comunidade externa o interesse e vontade de investir no nosso país. Isso tem caráter exploratório, na medida em que consome nossas riquezas mais importantes, mas tem caráter, também, produtivo. Como não investimos de forma adequada há décadas na ciência e na indústria, o país precisa de altíssimos investimentos de acesso a oportunidades de produção de renda nos próximos tempos;

2) Falta ao representante que está no posto maior da nação a noção de governabilidade do complexo Brasil que assumiu. Um país que historicamente é governado à base de conchavos, acordos, negociatas e interesses sobremaneira individuais em detrimento da coletividade. Ainda que do ponto de vista da ética seja um fator negativo e inconcebível negociar com políticos não politizados, isso é fundamental. Não há governo nem liderança sem oposição e interesses individuais;

Como 3º ponto, penso o paradoxo contido ou possível de ser inferido a partir dos dois pontos indicados neste pensado. Não temos representante no governo capaz de estabelecer relações diplomáticas ou políticas positivas com a comunidade internacional. E, por outro lado, este mesmo líder não está disposto e nem preparado para lidar e aperfeiçoar as relações internas da macropolitica do Estado que faz um governo funcionar.

Assim, os três pontos de reflexão aqui elencados, para quem os ler, são impressões das quais partem outras formas de pensar e tentar entender a difícil situação que vivemos e a tragédia que pode ser vislumbrada, caso a inépcia política continuar.