Igrea x Isolamento

Igreja x Isolamento

O ano mal começou e fomos tomados com uma pandemia que se alastrou rapidamente no mundo. O cenário apocalíptico logo se formou diante das informações sobre o vírus, e as orientações foram: FIQUE EM CASA!

Tudo fechou. Comércio, restaurantes, lojas varejistas, salões, academias e Igrejas. A ordem foi para evitar aglomerações e sendo o grupo de maior risco eram pessoas acima de 60 anos, logo o culto congregacional deveria ser suspenso. Até que, então, um decreto permitiu que, sob regras, as igrejas voltassem a ter cultos presenciais limitando números de pessoas, bem como criando o espaçamento entre elas e reduzindo o horário. Uns gostaram, outros não. Há quem esteja relacionando os decretos como perseguição, mas é bem sabido que a igreja no Brasil corre á léguas de sofrer de fato perseguição.

Mas qual, então seria a ação da igreja nesse período de isolamento? Desde o primeiro momento, quando foi ordenado o fechado de tudo, cremos que a igreja deveria SIM se manter aberta. Diante de sua função na terra, a igreja é o local em que muitos buscam para sarar as angústias. Sendo assim, seria necessário apenas suspender os cultos e permitir que um grupo de obreiros capacitados, fora do grupo de risco, paramentados com mascaras, readaptando o cumprimento estivessem a postos para ouvir e orar pelos enfermos e aflitos da alma. Esse cenário culminou no alto índice de problemas de ordem psicológica. O desespero veio sobre muitos, até daqueles que quase nunca se preocupavam, e para os que creem a FÉ é o antídoto do desespero.

Cremos na Bíblia como a Palavra de Deus, cremos que nela constam orientações para a vida aqui e no pós-mundo, cremos que por meio de Cristo Jesus há cura, logo a igreja não pode fechar as portas.

Vamos traçar um paralelo com filmes típicos apocalípticos. Todo enredo se resume em um herói, ai tem um “louco fanático” e a religião sempre muito presente. Não é à toa que os filmes abordam religião quando a situação é caótica. A religião não é brasileira, o Cristianismo não nasceu aqui, não é uma questão apenas de fé. A religião é, antes de mais nada, um aspecto sócio-político. Quando, nos filmes, há um ciclo religioso é porque este tem fundamento. Para nós que cremos, a igreja ( e aqui abro um parêntese sobre igreja física mesmo) não é apenas um ambiente congregacional, ela representa (ou deveria) local de cura.

Não vou endossar o argumento dos que gritam que tem que abrir a igreja para cultos. Eu não o faria! O culto congregacional, em sua maioria, se resume à comunhão, e não é momento para isso. Estamos no momento de guerrear contra as potestades e principados. É momento da Igreja fazer seu real papel “Cuidar dos órfãos e das viúvas” (Tg1:27) (amplie o significado de órfãos/viúvas), de ouvir e orar pelos que buscam em Deus resposta. E eles buscarão. Eles irão até a porta da igreja, eles voltarão á bater na porta do Noivo, eles se renderão. E “como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10:14)

A igreja precisa s reinventar para enfrentar essa situação sem perder sua funcionalidade. Se vai acatar o decreto e abrir as portas, reorganizem a membresia, divida por turno, limite o número, solicite que os do grupo de risco não compareça aos cultos, estabeleça novas regras para que, enfim, o culto aconteça. Os que de fato querem a igreja aceitarão, os que o querem apenas pelo prazer de sair de casa e não pela finalidade de prestar culto (ainda que este possa ser feito dentro do lar e na instituição física o que ocorre é comunhão), estes murmurarão. Por fim, compreendemos que multidão não é sinônimo da presença de Deus.

Taai Cardoso
Enviado por Taai Cardoso em 27/05/2020
Código do texto: T6960057
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