Sindrome da Tietagem Partidária

O problema do Brasil não são os políticos, e isso me dói muito em dizer, pois outrora pensava que eles eram pessoas que se importavam com o povo que os colocou em tal posição. O problema do Brasil é o povo brasileiro. Imagine uma situação:

Alguém tentar invadir sua casa, e ira se apropriar de algo ou computar perigo iminente a sua vida e/ou de seus entes queridos. Qual sua reação?

Invasão é crime e ponto.

Roubo é crime e ponto.

Tentar contra a vida, não importa de quem, é crime e ponto.

Falso testemunho, desvios de verbas, propinas... tudo isso é crime e ponto.

Quando se trata do eu individual, é crime e ponto, mas quando se trata de nossa pátria amada, esses mesmo crimes quando cometidos por políticos, são medidos de forma que não interfiram em estilos de vida, condições financeira, orientação sexual e religiosa. Então, sim, o problema do Brasil é o brasileiro, um povo egocêntrico que não ama sua pátria, mas insiste em viver fabulas de que partidos de direita ou de esquerda vão conduzir esse pais da forma correta. E o que é correto para o povo brasileiro? O que é correto para uma nação com mais de 217 milhões de indivíduos?

O Brasil é um país fundado através da diversidade étnica e cultural, marcado através dos séculos por crises socioeconômicas, deixando hoje explicito a inexistência de um sistema político que lute pela dignidade intrínseca de cada cidadão. O Brasil é uma nação plural, onde através de um sistema de colonização, se tornou berço de uma gama cultural. A pluralidade ética, por sua vez, só pode ser desenvolvida quando o indivíduo tem contato com diversas culturas e através delas aprende a ter valores éticos e morais de distintas formas. Dessa maneira, ele consegue entender o seu próprio contexto histórico assim como o contexto histórico de todos os que estão ao seu redor.

Partindo do pressuposto que o Brasil não é constituído por pessoas brancas, cristãs, economicamente estáveis e heterossuais, e nos permitindo ao entendimento histórico, concluirmos que governos feitos para pessoas brancas, cristãs, economicamente estáveis e heterossuais definitivamente não possuem legitimidade, assim como governos de qualquer outra bandeira engessada em padrões de grupos ideológicos. O Brasil possui um documento chamado Constituição da Republica Federativa do Brasil, e é este documento que deve ser tomado como norte na direção de uma não.

À quatro anos atrás aqueles que tinha sua esperança depositada na esquerda partidária eram ridicularizados, tomados como comunistas, culpados pela crise financeira que o Brasil se encontrava. A maioria dessas pessoas de vido a falta de estudo não sabiam sequer o que significava comunista. Depositaram no PT o voto de confiança em um grito de esperança por mudança e fim da desigualdade socioeconômica; hoje os risos e chacotas soam como uma tempestade sobre aqueles que foram para as ruas com a bandeira do Brasil estampada em suas camisas, com um grito de liberdade e esperança, acreditando que o novo governo iria parar a corrupção e guiar a nação em direção ao progresso. Te pergunto: que brasileiro estava certo, os que foram as ruas pela esquerda (então PT) ou os que foram as ruas pela direita (então Bolsonaro)? Deixo essa indagação a você.

A engrenagem política é algo complexo sendo conduzida por indivíduos partidários. A corrupção, assim como outras dezenas de problemas que uma nação lida são históricos, e suas soluções estão distantes. Nesse processo de consolidação de um governo para o povo, é preciso que o povo tome com mais seriedade o seu papel, pois enquanto as lutas forem por Brasília, o Brasil continuara sendo regido por cúpulas, gabinetes de ódio, por corruptos, etc. Enquanto os de direita continuarem culpando os de esquerda pelo estado calamitoso que o país se encontra, e os de esquerda culpando os de direita por entregarem o país a um sistema político totalitário, o país vai continuar a afundar. O povo brasileiro vai continuar sofrendo.

A luta nunca deve ser de brasileiro contra brasileiro, independente de ideologias políticas ou de qualquer outro tipo. A luta é pelo progresso do povo, e é dever do governo eleito garantir vida, segurança, distribuição de renda justa, justiça, acesso aos serviços básicos e acima de tudo liberdade. O Brasil precisa dar um fim a SINDROME DA TIETAGEM PARTIDÁRIA. Um político (do grego transliterado politikós) ou estadista é quem se ocupa da política. Segundo Sócrates, é um homem público que lida com a chamada "coisa pública". O político não deve ter seguidores, ele deve ter fiscalizadores. Apoiar alguém devido a identificação de ideais é algo natural, se colocar em posição de defensor entra no campo do fanatismo.

O Brasil enfrenta um cenário de morte, e os brasileiros estão nas ruas, nas redes sociais brigando pelo PT ou pelo Bolsonaro.O momento é de empatia com cada cidadão brasileiro, de solidariedade, de espírito de fraternidade. O Brasil enfrenta uma crise mundial de saúde. São mais de cinco mil vidas perdidas. Nossos profissionais de saúde, esses guerreiros da linha de frente estão morrendo ao lutarem para nos manter vivos. Não é momento de entrar em jogos políticos, nem tão pouco nos atacar por divergência de opiniões. Somos seres humanos, seres vulneráveis independente de qualquer diferença que tenhamos. O momento é de paz, de seguir as orientação dos órgãos de saúde, e com fé e esperança orar por dias melhores.

RL Perco
Enviado por RL Perco em 01/05/2020
Código do texto: T6934537
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