O que é felicidade?

“A felicidade é uma gota de alívio em meio a um mar de desespero.”, disse uma vez, eu. Que se diz respeito a minhas vontades, estar aqui, em discurso, com certeza, nunca foi uma delas. Não me faz feliz. Felicidade esta que poderia ser facilmente resgatada se não houvessem burocracias em demasia quanto ao que eu devo, posso, e quero fazer. A liberdade é um mar de alívio em meio a uma gota de felicidade.

Nunca foi-me ensinado a aproveitar de tal atributo pois querem que eu encontre, querem que nós encontremos, a felicidade á maneira deles, ao fim do caminho, esperando por nós em forma de um pedaço de pedra, quem sabe, bem polida e esmaltada carregando a data de nossa morte. Pois eu não quero esperar até lá.

Tenho por mim, que meu corpo é uma tela em exposição efêmera. E faço questão, que a primeira coisa a ser gravada nela seja a frase que, só por sua premissa, me faz feliz. “Aproveite a jornada”. Todas elas. Os finais não se dão sem seus próprios caminhos, e é junto à eles e suas dificuldades, que há a construção de nossa persona.

Hoje, nos encontramos no fim de uma árdua jornada, e tudo o que fazemos é olhar para trás sentindo falta dos momentos que trouxeram-nos. Das pessoas, dos cenários, das palavras, e do pedaço de vida que já nos fez feliz, mesmo que tenha sido por um único segundo. O tempo é formado por vários deles, de qualquer maneira.

Mas quem seria a felicidade sem seus contrastes? E não me refiro à tristeza, apenas, e sim qualquer sentimento que possa barra-la de alguma forma. Entre os demais, o medo, com certeza, é o mais aterrorizante deles. É contra o amor, e contra a felicidade. Contra a verdade e à liberdade. Pois aqui abre-se uma reflexão: Haveria algo mais temível que o próprio medo?

A felicidade pode estar em uma cor ou um sabor, um momento ou um passado, um sonho ou uma realidade, mas sua morada nunca será uma alma demasiadamente amedrontada. Que façamo-nos então felizes com o que há a nosso alcance, aceitando seus contrastes em parceria à coragem que a vida requer. Afinal, somos um reflexo do que nos faz feliz, e o que faz-nos feliz é uma construção exterior, é o que há em nosso olhar, é a realidade em nossos próprios moldes, e tanto a realidade quanto os moldes, se fazem individuais e intransferíveis.

Não posso contar o que seria a felicidade pra qualquer outro alguém, mas descobri que ao que se trata a mim, cada pedaço do que vivo torna-se uma felicidade posterior, seja em forma de lembrança a ser guardada ou como um alívio pelo tempo ruim que tornou-se passado. Me faz feliz viver com quem desperta-me amor, e suas felicidades fazem parte da minha também. Me faz feliz sentir a chuva, dizer que gosto dela sem a hipocrisia de abrir o guarda-chuva toda vez que começa a garoar. Em metáfora, faz-se a chuva gotas de felicidade, e o guarda-chuva o medo barrando-me de me molhar. Por quê? Se o mundo me secaria por si só?

Felicidade, é saber reconhecer o que te faz feliz. E não abrir o guarda-chuva quando se molhar não for um problema.

Nairiele Vigo - aluna da 3ª série B

Escritores Escola Suely (Colonial)
Enviado por Escritores Escola Suely (Colonial) em 25/11/2019
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