SÓ SE PODE DOMAR O QUE SE PODE CONVERTER!

Por que “pessoas sem deus” sempre são retratadas pela igreja como pessoas más mesmo não o sendo?

Por Antônio F. Bispo

Se você ainda não levantou a mão em uma igreja e “aceitou a jesus”, se não foi crismado, se não fez os ritos de passagem comum a todo segmento religioso, se não declarou a sua fé em público ou se não frequenta regularmente um igreja, saiba que você pode estar na mira daqueles que estão “preocupados com a sua salvação”.

Preocupados com a tua salvação uma pinóia!

Quando não interessados no lucro e na subserviência dos fiéis, estão apenas interessados em lhes dizer o que tu deves comer, beber, vestir, com quem deves andar, conversar e até procriar...Em outras palavras, confessar uma fé em público e filiar-se em uma igreja é o mesmo que despojar-se do controle da própria vida e entregar tal controle para pessoas com os mais diversos níveis de intenções!

Aquilo que a igreja não pode converter, ela não pode dominar!

Todos sabem (ainda que não admitam) que não há nada de tão vago como a crença em deus. Cada um pode interpretar deus ou a sua vontade como bem entender. Por isso há todo tipo de ritual religioso partindo de uma mesma ideia.

Mesmo assim, os que fazem comércio da fé, aproveitando-se da ingenuidade alheia, não considera válido para a salvação a crença em deus de uma forma vaga, apesar dessa ideia por si só seja vaga.

Para os donos da igreja, os mercadores da fé e seus associados, é preciso além de crer, filiar-se a um rebanho para ter a salvação validada, senão para nada serve! De modo direto ou indireto, todo grupo religioso diz que é inútil crer em deus sem estar filiado a uma igreja verdadeira.

Todo grupo religioso se considera verdadeiro! Quando eles não querem entrar em choque e dizer que o outro estar no caminho errado, eles dizem que vão orar para que deus lhes mostre o caminho verdadeiro, ou seja: a porta de sua própria igreja! Num passado não muito distante, eles saíam na porrada mesmo no intuito de render o outro por meio da violência aos caminhos do senhor...

Ainda que não admitam, a igreja é uma empresa, a fé é um ramo de negócios, e deus é o produto mais adulterado e falsificado do mundo todo, pois pode ser vendido por qualquer um ao seu bel prazer, pelo preço e modo que julgar conveniente. Deus jamais irá dizer nada, pois no silencio de sua inércia ele tudo assiste e parece gostar do que vê.

A ideia de deus pode ser vendida como sendo um entorpecente, um paliativo, uma arma para ataque ou defesa e principalmente como uma ferramenta para submissão e exploração dos homens pelo próprio homem. Essa tem sido a principal função da ideia de deus desde os mais remotos tempos.

A ideia de deus é como uma patente registrada por um grande inventor, cujo direito de usá-la só será permitida pelo uso de franquias autorizadas com pagamento permanente ao detentor da marca registra.

Nesse caso, as franqueadas são as igrejas. Os súditos desta serão o consumidor final dos produtos ou serviços quem englobem a ideia de deus ou tudo que de bom ou ruim façam em seu nome.

Como na maioria das grandes franquias, o comerciante poderá até decidir ao seu próprio modo o meio como o produto chegará ao cliente, desde que a ideia principal do produto permaneça.

Deus tem sido essa grande ideia. Uma ideia vaga, diluível e adaptável a qualquer linha de credo em qualquer cultura, desde que a submissão aos dono da franquia permaneça inalterável.

A ideia de deus perde toda sua força e não pode ser comercializada onde a lógica, a razão, a ciência e a liberdade de expressão ainda subsiste. Seja num campus universitário, seja num lar isolado, ou seja num país inteiro onde deus não esteja “acima de todos”, os mercadores da fé perdem todo o seu lucro, influencia e os supostos poderes e as ameaças desse deus são tão reais quanto os da mula-sem-cabeça ou do saci-pererê.

Quando os vendilhões da fé e da falsa esperança encontram resistência em alguma área, eles criam de forma proposital instabilidade social, comercial ou na saúde do povo, para que “deus” de forma milagrosa, venha oferecer sua providencia e salvação. Por meio de quem deus vai apresentar a salvação? Deles, claro!

Todos os países sub desenvolvidos ainda amargam essa triste realidade!

A África por exemplo tem se tornado ultimamente um território de disputa dos bilionários e milionários do ramo da fé, que disputam as mentes dos fiéis com o único intuito de aumentar sua lucratividade e usam como pano de fundo outro tipo de propaganda.

Desde os mais remotos tempos que a igreja é quem decide pelo grau de obediência de seus súditos quem deve ser salvo e quem deve ser excomungado do “reino de deus”. As pessoas pagavam e ainda pagam caro para serem aceitas em certos círculos que mais parecem latrinas á céu aberto mas que garantem aos fiéis que são pastos verdejantes.

De reis e imperadores até o mais indigno dos escravos, todos se dobraram e ainda se dobram à certas lideranças eclesiásticas, pois esperam serem por ela abençoadas ou pelo menos ter garantido nos céus o seu lugarzinho.

Fica subentendido desde o mais remoto tempo que ninguém pode chegar a deus sem passar pelo pedágio da igreja. A própria igreja passa essa mensagem!

Desse modo, servir a deus é sinônimo de sujeitar-se as autoridades que representam essa ideia. A melhor forma de evitar a perca de domínio sobre o “rebanho do senhor”, é demonizando a imagem de qualquer um que se rebele contra o sistema ou se afaste da igreja para que assim, outros não sigam o mesmo exemplo e os que vivem desse ramo percam seus lucros e tenham de procurar de fato um serviço digno e honrado para trabalhar.

No dia em que decidires deixar “os caminhos do senhor”, jamais espere honra, respeito, amor e dignidade daqueles que um dia já foram os seus donos. Ninguém dar o que não se tem, e isso eles não tem pra dar!

Saiba também que por mais que tu tenhas feito para o seu líder ou o seu grupo, contribuindo com dinheiro, com serviços ou com influência social, nada disso servirá ou será considerado quando tu “deixares a fé”.

Dalí em diante tu serás retratado como um demônio e todos os adjetivos pejorativos serão tecidos para ti, e como se fosse um vilão bem macabro, tu terás que carregar uma alcunha que não te pertence.

Palavras de maldições ao seu respeito será quase que um mandamento enunciado pela chefia que e que os fiéis deverão executar sem pestanejar senão quiserem também ser punido em público. Até pessoas que você ajudou, deu emprego, deu comida, deu conselhos, tirou da lama e que inclusive literalmente livrou das garras pervertidas do “ungido” por muitas vezes, estarão lado a lado com este, de mãos dadas, cuspindo na tua cara, te amaldiçoando e dizendo que tu não presta só por que agora tu estás deixando o grupo, mesmo sendo ainda uma pessoa íntegra.

Quem sabe não haja um lugar tão sujo, tão porco e tão imundo quanto a casa de deus! Nela os piores elementos se escondem. Um lugar onde a pessoa tem o seu valor medido apenas pelo nível de subserviência. Um lugar em que destruir reputações é quase que um mandamento obrigatório contra os que desejam se “deixar os caminhos do senhor”!

É bom lembrar que pastor, padre, bispo, apóstolo, missionário ou seja lá que liderança for, eles não amam você! Eles amam seu dinheiro, seus serviços e sua obediência!

Vale lembrar também que boa parte deles agem desse modo por que para serem “amados” pelos seus superiores nas hierarquias, precisam também mostrar serviço, subserviência e lucratividade, senão serão descartados como trapos velhos e substituídos por outro que se encaixe nesse perfil. Simples assim!

Se servir a deus é uma dádiva, deixar de servi-lo é a coisa mais inteligente que alguém pode fazer, até por que ninguém, homem nenhum serve adeus! Todos, absolutamente todos, quando não estão servindo aos próprio ego, estão apenas sendo capacho do ego de outras pessoas.

Nada é de graça nessa vida. Tudo tem o seu preço. Mas recobrar a sanidade é algo que não tem preço, ainda que nos custe a vida. Pior que viver uma vida inteira iludida, é morrer nessa ilusão!

Saúde e sanidade a todos!

Texto escrito em 30/9/19

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 30/09/2019
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