70 ANOS DE MEU PAI
"Seu Luiz” - “Luizinho do DER” - “Professor Luiz” - “Gonzaga" - “Gonzaguinha” - “Vô Luiz” - “Tio Luiz”
Enfim, Pai!
Nascido na pequena cidade de Rio Espera, chegou à capital, aos seis anos de idade, salvo engano, na companhia de seus cinco irmãos e guiados por Seu João e Dona Mariinha, que vieram para esta cidade grande com o objetivo de oferecer a seus filhos maiores oportunidades de vencer na vida.
E foi isso que aconteceu...
Apesar ter tido sua primeira frustração na condição de seminarista, por volta dos 14 anos, ao receber a notícia de que não teria aptidão para prosseguir na missão que almejava, qual seja, tornar-se sacerdote, alterou seus planos, dando continuidade aos estudos acadêmicos e, em paralelo, trabalhando em um pequeno comércio, uma loja de móveis, no centro de BH, como office-boy.
Tempos depois, passou em concurso público no DER/MG, para exercer a função de contínuo e, em seguida, ingressou-se na Universidade Federal de Minas Geral no curso de Letras - Português...
A partir de então, posso afirmar, que foi iniciada uma trajetória de sucessos, conquistas, vitórias; conheceu minha e mãe e, partir de então, formou nossa família.
Desempenhou durante anos, com excelência, a profissão de professor, marcando a vida de centenas de alunos, compartilhando seus conhecimentos.
Seguiu carreira no DER-MG e conduziu com maestria a função de chefe da nossa família.
Apesar de estar comprometido com sua carreira profissional, sempre proporcionou o melhor para nossa família.
Sempre tivemos amor, uma boa casa, conforto, boa comida e, graças a Deus, uma boa educação, o que me proporcionou vida e a profissão que tenho hoje.
Lembro-me bem das ótimas viagens que fazíamos em família para diversas praias. Bons Tempos! Bateu saudade...
Lembro-me também das nossas idas e vindas a hospitais, por conta de minhas crises de cálculo renal, cirurgia de apendicite, retirada dos dentes do siso, e quando fiz a cirurgia para parar de suar. E você, pai, sempre esteve presente comigo, o que fez toda a diferença para que esses momentos desagradáveis e difíceis se tornassem mais leves.
Vivemos também dias cinzentos: despedidas dolorosas como as de vovô João e vovó Mariinha; outros desafios pesados que pensávamos que nunca conseguiríamos vencê-los, mas, apesar de todos os percalços que a vida nos impôs vejo o quanto Deus tem sido generoso para com você e com nossa família.
Passaram-se os anos. Casei-me. Hoje tenho uma linda família. Alessandra, uma esposa companheira e dedicada e, para fortalecer nosso amor, fomos agraciados com a chegada do Bento.
Quando a Alessandra internou-se para "ganhar" o Bento, lembro-me de que você me mandou mensagens pelo whatsapp durante a madrugada toda, perguntando se Bento já tinha chegado.
Hoje, o "Leleco" do vovô, companheiro e ajudante nas arrumações do quintal, nos provoca "rusgas", pelo fato de você ficar defendendo o pequetito em suas estripulias.
O tempo voa, meu pai, e hoje estamos comemorando sua primavera de número 70.
E que o lhe desejo? Vida longa a você, meu pai! Tudo de bom, hoje e sempre, pois você merece.
Que você continue sendo esse pai e avô presente, que está sempre cuidando da nossa família, e que continue sendo essa pessoa atenciosa, solícito e engraçado, apesar de não inovar muito em suas piadas.
Te amo. Beijo no coração.
Marcelo Alexandre – Belo Horizonte, 25 de agosto de 2019. Discurso proferido no dia do aniversário de LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA, meu pai.