Um breve ou não adeus
As vezes minha mente se perde em tantos pensamentos, horas de sono já contadas e os olhos ardendo quase não fazem diferença para quem se preocupa tanto com o futuro, com o presente, e ainda é assombrado constantemente pelo passado.
Ao contrário de descanso, me vejo por horas a fio exausta, em uma espécie de brainstorm ridícula da qual carinhosamente apelidei de ressaca moral (por vir logo após uma noite de festa ou um encontro com amigos), esse mesma sensação que faz questionar profundamente quem eu era, quem eu sou, quem irei ser, e a sempre decepcionante resposta me vem a mente. Não sei.
Estaria mentindo se não dissesse que fazem anos que tento me livrar disso, antigamente demoravam alguns minutos até eu simplesmente parar de me importar e voltar a realidade, depois começaram a se prolongar até eu pegar no sono, depois, vagamente me fazia estes mesmos questionamentos nos próprios sonhos, o que confesso ser um tanto quanto bizarro aliás, e hoje, m tiram o sono completamente.
Sempre tive em mente que a melhora humana jamais sera linear, afinal, indas e vindas sempre estarão em nosso caminho, porém não sei mais como voltar a fazer esta melhora voltar a subir, pois cada vez que penso nisso, me volta ao sentimento de que não sei mais o que estou fazendo, ou pior, que de simplesmente não faz mais sentido continuar fazendo tudo isso.
Meu coração que antes era cheio de ansiedade agora se tornou escuro e com muita angustia, angustia esta que tento suprimir entre bares e musicas sempre mais altas de que meus pensamentos, ou pelo menos, tentava.
Faz tempo que tudo isso parou de fazer sentido, não tem mais porque sair ou porque compartilhar meus dias com amigos e nem mesmo meus pais, foram tantas decepções diferentes em relação a coisas que pra mim eram de suma importância que agora me vejo literalmente sem caminho nenhum a seguir.
Entre risos, musicas altas, fortes gargalhadas e shots que me fazem franzir a testa e contrair o estomago, meu sentido de vida ficou junto a mim, perdido em alguma noite qualquer sem sinal nenhum de voltar, me fazendo aos poucos desistir de tudo que um dia me fizerá bem, e não faço a mínima ideia de como recuperar.
Amo a todos que um dia já disse que amei, o amor pra mim sempre foi algo relativo, mas sempre levado muito a sério, tão relativo que amei todos a minha volta, e nunca amei a mim mesma. Meu maior erro desde então.
Peço desculpas a todos dos quais um dia decepcionei, sinto que como eu vocês precisavam de um guia para esse caminho difícil que a vida nos prepara, mas infelizmente eu não conheço nem o começo de tal, e acho covardia fazer com vocês se perdessem junto a mim.
Ainda a todos que já amei, me perdoem também, acho que esse sempre foi meu verbo favorito, sempre pedi desculpas demais simplesmente por ser eu, por tomar atitudes de certa forma estperadas pela minha pouca idade ou pouco raciocínio de vida, e eu sei que me tornei isso sozinha. Adorava tanto esse verbo, perdoar, que sempre perdoei a todos, mas nunca a mim mesma.
Tenho vergonha de mim, e isso me assombra todos os dias da minha vida.