Vida no sertão
Numa casinha pobre do campo
Coberta de palha e cercada de barro
Uma mulher enrola sua esteira a qual lhe serviu de colchao
Com o mesmo pano que lhe cobriu durante a noite
passará o dia
Reaviva o fogo do tiçao
E pisa no pilão os últimos grãos de arroz que lhe resta
O sol já está quente
Da chuva ela tem apenas uma doce saudade
Os filhos choram na Barra de suas vertes
O ardo trabalho do marido não rende o suficiente para matar a fome da prole
Na panela apenas água barrenta da cacimba cavada no leito do rio
Que há tempo já não corre nada.
O solo reclama essa sequidao
O sertanejo resiste mais um ano de angústia
A esperança é o que lhe resta
De um dia ver tudo ser diferente
E nunca mais A fome fazer parte de sua vivência.