A ANSIEDADE DE UM POVO.

Disse o Dalai Lama:

“Os homens são o que mais me surpreendem na humanidade, porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.

E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viverem nem o presente nem o futuro.

E vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido”.

Viveu o povo brasileiro sob angulação difusa essa ansiedade das possibilidades desenhadas no futuro, cujo livro aberto fechou a introdução. Foi difícil assistir a invasiva tomada de nossas salas, invasão nefanda e imprópria, na intimidade do lar com cenas fortes no afã de encontrar caminhos no desenho de histórias encerradas, e que não se repetirão, e que só interessou revisitar ao desespero dos já vencidos.

Um chocante discurso. Deveria ser proibida a negativação, a desconstrução de personagens do processo eleitoral em sua publicidade. Aos votantes interessa a proposta lançada para governança, não essas baixezas que levam a um teatro indesejado de enfrentamento. Lei nesse sentido deveria ser votada e sancionada.

Este é o verdadeiro e chocante discurso do método a que se entrega a humanidade, com poucas exceções. É assim que são vistas com a ampla visão da iluminação,como do Dalai, pelo combustível da ansiedade, as catástrofes do sentimento que arrastam o mundo para a significância dos valores que são poucos e insignificantes e que são pensados como último estágio de todas as conquistas que envolvem nosso ser de felicidade e realização. Vitória a qualquer preço.

O que é material, a pecúnia perseguida, a moeda que traz o status para permanecer na vitrine que seria o pódio da felicidade social é a ilusão que mata, mata a realização do que seja a real felicidade, a que chega faz invadir e penetrar no mais fundo de nossas entranhas a carícia do amor desmedido pelo abraço de um filho, o carinho e afeto de um neto, a saudação respeitável de todos, o apreço por incorporar a vivência que, singela, caminha pela simplicidade quando poderia descerrar as cortinas da ufania material do sucesso e da vitória. Assim e só assim, despojado do que se possa conseguir pelos valores materiais, iterando e reiterando na estrada do despojamento, poderemos ter perto de nós um pouco de Deus, um tanto de razão que passa pela meditação séria, enfim, a felicidade relativa e passageira que encontramos na vida a nos delegada pela Maior e Primeira Energia.

Se amar fosse fácil não haveria crianças na rua, não haveria fome, presos, assassinos, egoísmo e inveja, volúpia em ter mais quando já se tem muito, se amar fosse fácil amaríamos o próximo para que ficassem abertos os caminho para amarmos a nós mesmos, nos dando o direito e respeito para vivermos ligados aos maiores valores, os que fazem estarmos libertos para sermos os mensageiros da verdade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/10/2018
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