Resignados, acordem!
Se a chuva que cai do céu é ácida
Por que nos resignamos e nos calamos no conforto de nossas casas?
O conforto monopolizou a atitude popular,
tapou nossas bocas
e nos amordaçou,
saiam as ruas, enfrentem a estrutura
se rebelem e não se calem!
As conjecturas vorazes que são envoltas por esbeltas certezas
estão voltando
o mundo é da pós-verdade.
O homem perdeu a confiança de si mesmo
e sancionou a vigília constante, ao passo que
o espetáculo midiático nos hipnotiza
e nos amedronta.
Massas e massas cinzentas de trabalhadores perdidos
pelas ruas
ou de proeminentes artistas julgados como subversivos,
até quando?
A Raça humana precisa se encontrar!
Há humanidade, mas tão tímida
que se esconde da corrente odiosa
de pretensiosos fervorosos pela punição,
como só se tratasse de repreensão.
Esquecemos o amor
tão citado em livros sagrados, romances e filmes,
mas sempre nos lembramos da raiva
tão espetaculares em prisões, açoites e punições.
Agora, o que fazer?
A esperança morreu
juntos com a alegria dos grafites paulistas,
a cor se perdeu
junto com o grafite do asfalto,
temos que nos levantar da cova,
do estado sonâmbulo e conformista
e lutar, gritar
até que a ultima gota de sangue que corre em nossas veias
seja derramado
e assim, só assim
acharemos novamente o sentido obnubilado.