REFLETINDO:
SOBRE PALHAÇOS E REAÇÕES DA PLATÉIA


Reflexão a respeito de uma infeliz ocorrência virtual que se deu num outro grupo virtual do qual participo: (Considerando que vez ou outra, me deparo com circunstância assim, deixo o meu recado)...

Eu acho muito interessante esse tipo de comportamento num grupo de ESQUIZOFRENIA E APOIO AOS FAMILIARES, onde um grupo de pessoas, virtualmente rolam de rir de postagens que lhes parecem absurdas, apenas porque são contrárias às suas crenças religiosas. E o mais interessante, é que usam de chacota justamente em referência a quem posta e se esquecem de que um portador de esquizofrenia muitas vezes pensa, fala e age de maneiras estranhas. Isso seria motivo de chacota ??? Se um esquizofrênico chegasse entre esses que não conseguem conter seus risos “lúcidos”... E afirmasse, em estado de delírio, diante de todos: EU SOU JESUS CRISTO !!! O que fariam ? Cairiam na gargalhada e o ridicularizariam da mesma forma ? Eu não consigo achar tanta graça assim, de nenhuma forma de distorção comportamental e muito menos de distorções de caráter. Traços de esquizofrenia podem ser bastante perceptíveis e outros traços, nem tanto... Mas traços de falta de caráter são bastante visíveis quando se desenham na cara de quem ri do outro, simplesmente porque esse “outro” se comporta diferente, pensa diferente e se sente no direito à liberdade de expressão. Mas... bullyingues e preconceitos se manifestam também na forma de preconceitos e bullyingues virtuais. Parece que muitos são tomados por uma doença difícil de se curar: A falta de caráter !... A incapacidade de respeitar o outro pelas suas diferenças, quer sejam, de natureza física, intelectual, religiosa ou quaisquer outras diferenças é algo gritante e vergonhoso. A todos é dado o direito de liberdade de expressão e ninguém é melhor do ninguém, só porque se julga detentor de uma verdade absoluta que a maioria engole sem contestar, ou porque se acham pertencentes a um grupo privilegiado de “normais” e encaixados nos padrões aceitos pela maioria. Se suas verdades e conceitos lhes servem, ótimo !... Que se faça bom uso. Se não concorda, tenha o bom senso de não usar de grosseria, nem de chacotas. Esse grupo ao qual me refiro é específico ao tema de esquizofrenia, mas no mundo há milhões de pessoas que não são esquizofrênicas e não estão expostos na prateleira da sociedade como objetos de curiosidade e conhecem muito mais do que eu sobre Doutrina Espírita. E se tais ensinamentos me ajudaram a compreender melhor o que se passava comigo e se experimento algo de benéfico, sem os efeitos colaterais do tratamento medicamentoso, sinto que compartilhar minha experiência pode ser bom aos demais. Em nenhum momento, eu alardeei: Não tomem remédios, mesmo porque, nem mesmo a Doutrina Espírita exclui a necessidade do uso de medicamentos. Eu apenas relato a minha experiência e aponto para um enfoque diferenciado de interpretação de sintomas de esquizofrenia. E não parte de fantasias, nem de crenças religiosas, muito menos de fanatismos. No entanto há quem prefira entender dessa forma e se utilizam de suas coiçadas intelectuais para acobertar um fanatismo anti-religioso, intolerância religiosa ou em última instância: Falta de caráter mesmo. Diante de tantas risadas de deboche, e demonstrações claras de desrespeito e ignorância, só posso concluir que não estou num grupo que se paute pela seriedade. Talvez fosse interessante à administradora, excluir do título do grupo: Os esquizofrênicos, porque eu faço parte desse rol e me sinto excluída. A sociedade ainda tem muito o que aprender sobre questões básicas de respeito e comportamento humano. Sarcasmos e tiradas intelectuais onde dedos apontam para o outro, não são atestados de lucidez e inteligência... Apenas denotam extrema ignorância sobre si mesmos... Mas considerando a sociedade como um enorme circo, quanto mais o palhaço é hábil em palhaçadas, mais arranca risos da plateia.
Deixo meu recado como resposta humana a erro humano, mas concluo que:
Falhas, tropeços e erros todos cometem... E eu não me excluo dos que falham, pois sou humana também, pois quando chegar o dia em que eu seja incapaz de cometer um erro, já não estarei no plano terrestre, senão, em missão divina... Mas esse dia está looooonge de chegar e só por esse motivo, o de saber que todos erram tanto quanto eu e também de que cada um tem o seu tempo de aprendizado, eu me disponho a não levar em consideração tais deslizes. Tenho procurado não reter nada que não me acrescente algo de proveitoso ao meu crescimento espiritual e à minha saúde mental. Não tem sido uma tarefa fácil e mais difícil do que lidar com os tropeços dos outros, tem sido lidar com meus próprios tropeços, mas penso que só de perceber esse ponto de luz de reconhecimento de tal dificuldade já é um sinal de consciência e auto percepção, sendo um dos primeiros passos na escadaria da evolução espiritual.
Esse tem sido o objetivo que venho traçando e redesenhando sobre meu papel aqui na Terra e tenho fé de que, sem querer ser muito pretensiosa, daqui há poucos milênios, eu estarei perto de alcançar.
(Sirley Alves)