IDIOTIZAÇÃO VOLUNTÁRIA DAS MASSAS
POR UM POUCO DE ATENÇÃO, SACRIFICAMOS NOSSA PRÓPRIA RACIONALIDADE
*Por Antônio F. Bispo
Um dos maiores erros que podemos cometer como seres humanos é dispensar nossa individualidade e se tornar voluntariamente massa de manobra de certos grupos ou pessoas, só para não sermos taxados de antiquados, antissociais e tantos outros termos fulos que inventam com intuito de quebrar resistência de quem ainda consegue manter um pouco do senso crítico e opinião própria sobre algum assunto sem impor aos outros seu ponto de vista.
Te perguntam algo sobre algum assunto em questão e quando você vai dar sua opinião logo te chamam de machista, racista, fascista, feminista ou termos semelhantes que induzem você a se retrair e se “enturmar” se não quiser ser “esmagado” por coices de mulas transvestidas de intelectuais. É proibido expressar algum tipo de opinião que não seja aquela dita por alguma celebridade exposta em redes de comunicação a nível nacional. Nem levam em conta que a maioria dos famosos para se manterem em alta tem de interpretar papeis de bons atores, atuando apenas para atender os interesses comerciais dos que pagam seus salários e em alguns casos poucos deles estão realmente se lixando para aquilo que defendem. São apenas marionetes do sistemas.
Pessoas quase que sem cérebros, chegam a pensar que qualquer assunto abordado por uma celebridade nos meios de comunicação é uma verdade inquestionável, proibida qualquer escrutínio, e que deve ser imposta a todos como se fosse uma “religião verdadeira” ou como uma ordem de algum ditador de um país corrompido. Estão fazendo tipo um culto com direitos a rituais litúrgicos a cerca de certos assuntos que permeiam o comportamento humano desde quando ele ainda nem era chamado humano talvez o racismo e a causa gay estão entre os mais comentados de forma inversa.
Certos comportamentos são milenares, impossíveis até de serem mudados em alguns indivíduos. A abordagem política ou religiosa sobre tais assunto é que muda de acordo com a época, local ou interesses comerciais. Ninguém pode ter a palavra final sobre nenhum assunto!
Uma pessoa que acabou de sair de um programa de confinamento televiso não é nenhum papa para sacralizar ou demonizar este ou aquele comportamento. Um sujeito religioso que baseia sua vida apenas em um “livro sagrado” ou em rituais de culto destinada a seres invisíveis sem nem sequer procurar entender o comportamento humano também não é nenhum magistrado universal para bater o martelo e dar qualquer assunto por encerrado. Tão pouco pessoas que alcançaram fama usando redes sociais justamente por atacar ou defender certas ideologias, carentes de atenção, curtidas e likes em seus canais como se fossem ventríloquos de fim de feira, podem afirmar que pregam a verdade absoluta sobre determinados assuntos, insultando, atacando e humilhando publicamente qualquer que demonstre opinião contrária a sua.
A diversidade de opiniões com argumentos nos completa, nos enriquece e deixa a vida mais interessante. A massificação das coisas nos emburrece e nos torna seres medíocres, impedidos de olhar além do próprio umbigo, senhores do próprio ego, e a agirmos como gente mesquinha e mal resolvida fazendo com que a felicidade alheia seja motivo de nossa frustação diária, quando provam na prática o oposto daquilo que na teoria dizíamos ser uma verdade absoluta.
Não é feio ter opinião própria sobre algo. Feio é querer impor sua opinião aos outros e se irritar quando outros tentam exprimir a opinião deles. Também não há nada de errado em mudarmos de opinião ou até mesmo de lado sobre determinado ponto de vista, após pesquisas que levem a uma conclusão diferente daquilo que julgávamos ser verdade.
O pré-conceito é um conceito ainda não formado em algum assunto, por falta de oportunidade ou escolha pessoal mesmo. Ignorante é o estado mental daquele que desconhece na totalidade determinado assunto. Todos nós de certa forma somos preconceituosos e ignorantes em vários assuntos, pois é impossível retermos ou exprimirmos todo o conhecimento já produzido pela nossa espécie. Uma criança de apenas 10 anos hoje por exemplo, tem mais acesso a informações que um universitário de 50 anos teria na idade média. Ter acesso a informação não significa ser inteligente. Mais importante que ter uma ferramenta é saber como usá-la.
Uma das maneiras de deixarmos de sermos preconceituosos e ignorantes é deixar que o outro se exprima COM ARGUMENTOS no assunto que defenda. Também não somos obrigados a aceitar nada de imediato. Podemos refletir, absolver ou refutar também COM ARGUMENTOS tais pontos de vista. Usar a velha e cega fé em um debate, autoridade pessoal, fama ou xingamentos para intimidar os outros é coisa de gente medíocre. Não se constrói pontes desta maneira. Apenas trincheiras ou muralhas.
Os que abandonam a irracionalidade da obediência cega aos deuses e seus representantes por exemplo são duramente criticados ou perseguidos por aqueles que ainda optam em viver nesse estilo de vida. Alguns evangélicos por exemplo não tem receio nenhum em desejar publicamente a outros maldições, doenças terminais e até mesmo uma morte macabra àqueles que digam não acreditar em sua crença religiosa ou no seu rito litúrgico como sendo o mais correto. Os tais são o exemplos mais visíveis da estupidez gerada por aqueles que fechados em pequenos grupos cultuam a própria insanidade.
Todos nós protegemos um “território mental” e chegamos a manter um ponto de vista sobre determinado assunto devido a forma como fomos criados, devido ao nosso grau de instrução ou níveis de preguiça e de coragem para conhecer mais o mundo por meio dos livros. Níveis diferentes de medo, ganancia, orgulho, arrogância e ignorância criam os mundos particulares de cada indivíduo.
A mente humana é um território ainda pouco explorado pela maioria de nós. É nela que escondemos nossas fantasias ou construímos nosso universo ideal. É bem mais fácil examinar, apontar ou querer resolver os problemas alheios do que enfrentar os nossos próprios problemas. A veneração as divindades por exemplo, é o assunto mais incentivado entre os povos desde o berço e o menos questionado em todo o mundo. Tudo pode ser questionado, menos o mundo dos deuses. Um grande percentual daquilo que produzimos ou de nosso tempo útil ainda é destinada a esses seres para que não sejamos “punidos” por eles. Examinar a existência dos deuses ainda é um tabu que pode gerar um desconforto enorme em qualquer convívio social.
Por sermos animais sociais, desejamos sempre estarmos inserido em algum grupo, não importa qual seja este. Agrupamentos religiosos, de assuntos relacionados a politicagem e de torcidas organizadas de algum tipo de esporte são os que mais exercem influência na maioria dos cidadãos. Acredito que quase 50% de tudo fútil que produzimos ou desperdiçamos na indústria ou no comércio é pela necessidade de estarmos inseridos em um desses grupos.
Igrejas, estádios de futebol e comícios eleitorais são os locais onde as pessoas mais se reúnem para compartilhas os mesmo ideais ou declarar guerras aos seus opositores. São nesses locais onde as maiores alegrias, frustações e esperanças nascem e morrem para ressurgirem outras vezes. São nesses lugares também onde nos ensinam a quem venerar e a quem perseguir. Verdadeiros idiotas podem ser produzidos em séries nesses recintos.
Somos capazes de fazermos as piores idiotices conosco ou aos outros para nos sentimos parte de um agrupamento qualquer ou de uma “família”. Infelizmente o mundo que vivemos não é real para a maioria de nós. É apenas uma ilusão macabra (ou fantástica) criada por grandes propagandas daqueles que nos dirigem.
É pela propaganda que os deuses e demônios passam a existir no inconsciente coletivo e por meio dessa inserção no nosso inconsciente, travamos batalhas internas e externas conosco ou com o mundo. Também pelas propaganda feitas de si mesmos os políticos mais habilidosos conseguiram construir nações, explorar o povo, se manter no poder ou criar a ilusão de “esquerda”, “direita” e “centro” sendo que nos bastidores todos comem e bebem do mesmo prato e copo. Se não fosse criada a falsa ideia de competição muitos de nós não iriamos as urnas para defendermos a “democracia”. Não importa se iremos eleger um pilantra, um ditador ou um réu confesso. Queremos mesmo é saber que “nosso inimigo foi derrotado votando no candidato errado”. Se iremos sofre 4 anos inteiro não importa. Importa fazer barulho na porta dele e chama-lo de baleado nas 24 horas seguidas após o resultado das eleições. Depois chamamos isso de política...
Uma propaganda bem feita cria a ilusão que precisamos para o nível de consciência ou de consumo temporário qual estamos inserido. Se mudamos o nível de consciência tudo muda e aprendemos a ver o mundo de uma outra forma, uma forma menos infantil, mais realista, e mais dolorosa até certo ponto, porém menos frustrante e menos prejudicial. Você se machuca menos quando sabe exatamente o que prever das pessoas ao seu redor.
Uma propaganda é temporária para quem estar sempre em busca de novos aprendizados, mas será um estilo de vida permanente para os que tem medo de novas descobertas. As propagandas religiosas tem sido as mais duradoras e mais lucrativas até o momento. A vinda de um messias para dar jeito no mundo e castigar os “pecadores” é uma delas. O pecador é sempre o outro, do outro partido, do outro grupo religioso, do outro time que torce contra o meu...
As propagandas religiosas se aniquilam entre si na mesma religião ou até mesmo num mesmo grupo religioso e as pessoas não percebem. É mais interessante saber que possivelmente o outro estar errado e que no fim das contas vai se dar mal, do que saber que você mesmo estar perdendo seu tempo tornando sacro coisas banais enquanto banaliza aquilo que realmente deveria ser sacralizado: o bom convívio entre os povos.
Não é muito difícil criar um exército de idiotas. Diga exatamente o que as pessoas querem ouvir, infle seus egos, as façam pensar que estão no controle da situação e você poderá ter um exército de retardados ao seu dispor. A mídia controla as massas. Quem controla as mídias controla a opinião popular e poder criar qualquer tipo de universo e inserir as pessoas neles. Não é à toa que os principais políticos no mundo são donos de grandes meios de comunicação.
Quem controla os meios de comunicação pode dizer exatamente no que as pessoas devem acreditar, amar, odiar, comprar, servir ou perseguir. Mas tudo isso só funciona se deixar que o outro pense que estar no controle.
Eles podem construir mitos ou criar monstros num estalar de dedos e ofertar ao povo como se fossem causas dignas de serem defendidas. Podem fazer de qualquer pessoa um objeto de desejo ou repudio, simplesmente para gerar venda massiva de um produto ou facilitar a introdução de uma nova ideologia. E o pior: quem ousar questionar ou mostrar uma opinião contrária aquela difundida pode ser “queimado vivo” pelas fagulhas das línguas ou dedos inflamados de milhares de idiotas voluntários...
CONTINUA...
Texto escrito em 10/2/18
*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.