A GRANDE HIPOCRISIA SOCIAL (CRISTÃ)- PARTE 1 DE 2

Quando tudo der errado pela inércia, conforte a si mesmo dizendo que foi a vontade de deus!

*Por Antônio F. Bispo

Proponho nessas linhas o questionamento de alguns valores estabelecidos pela sociedade cristã, cujos valores estejam apenas baseados em ritos de fé, na ideia de pecado, ou em citações isoladas de um livro dito sagrado, ou até mesmo em um amontoados de citações igualmente costuradas por pessoas influentes no cristianismo ao longo dos séculos.

Quando valores sociais são questionados nem sempre a intenção é a de provocar o caos, ou a falência dessa ou daquela “coluna da sociedade”. É possível por meio do questionamento de tais valores, melhorar o que estar bom (quando realmente é bom), descartar o que não tem utilidade alguma, e apontar novos rumos.

Considero como extremamente prejudicial enquadrar, medir ou apontar soluções para os problemas sociais baseado no que pensa, no que acha ou no que diz esta ou aquela divindade. Considero como estupidez a não atitude de alguns que insistem em ter a inércia como base de suas vidas, entregando problemas reais para que seres do imaginário venham resolver, e quando a desordem se estabelece pelo comodismo, diz que o diabo estar solto, ou que este é um sinal da volta de Jesus.

Nenhuma divindade foi vista até agora, e cada um dos seus representantes, baseado no lucro e no poder, interpretam do seu próprio modo o desejo dessa ou daquela divindade e desse modo, é interessante que a ignorância e os problemas sócias permaneçam para que os tais continuem com suas fontes de lucros em plena atividade.

Uma sociedade organizada e estabelecida tende a reverenciar cada vez menos os deuses e seus representantes e tanto um quanto o outro perde sua notoriedade com a falta da desordem. Já por sua vez, uma sociedade afundada na corrupção e desordem, costuma se apegar a falsas promessas para soluções de seus problemas tendo quase sempre as crenças nas divindades como suporte para isso. Quanto maior for o caos, mais as pessoas tendem a recorrer ao imaginário coletivo e mais seus representantes ganham força política e recursos financeiros com o desequilíbrio.

A ordem social e a conduta coerente dos cidadãos é o princípio número 1 para desmontar o atual modelo de cristianismo (hipócrita), que se propaga no ocidente. Por outro lado, só se é possível estabelecer uma ordem social com efeito duradouro, exatamente quando os indivíduos deixarem de terceirizar suas responsabilidades aos seres metafísicos e forem punidos ou recompensados pelas suas ações individuais ou coletivas.

Políticos corruptos vendem soluções para problemas que eles mesmos inventaram ou propositalmente deixaram propagar, pois para continuarem no poder, propõe solucionar problemas de sua própria omissão, negligencia ou corrupção apontando eles mesmos como salvadores para tais problemas criados.

A fé cega, e a tomada de decisões baseada apenas naquilo que diz uma suposta divindade, é o caminho perfeito para que, os que vivem do mercado da fé continuem se alastrando como ervas daninhas, tornando feio uma vida que é tão bela, vendendo soluções para problemas que não existem e para os reais problemas existentes, sugerem apenas que o povo entregue tudo nas mãos de deus e ele cuidará do resto. A fórmula exata para o fracasso é dada ao povo como medalhas de honra ao mérito.

A solução para os problemas sociais não estar em entregarmos tudo nas mãos dos deuses. Essa é exatamente a receita para o caos. Até hoje nenhum deus foi visto, fotografado ou catalogado resolvendo problemas humanos, antes sim, em nome deles as maiores guerras tem sido provocada desde os mais remotos tempos.

Estabelecer um deus supremo no imaginário coletivo, e elege-lo como solucionador dos problemas sociais é o caminho perfeito para o atraso social e a corrupção generalizada se estabeleça em todos os níveis. A idade média deixou claro que com “deus no comando” o mundo vira uma barbárie sem precedentes. O mundo mulçumano atual é outra prova cabal que reger uma nação baseado na interpretação daquilo que dizem ser a vontade dos deuses é a certeza de que o caos se estabelecerá e todo o tipo de injustiça e opressão será favorecida em nome dessa fé.

Tentar conversões forçada de qualquer pessoa a determinado rito religioso pode ser comparado a um estupro. Oprimir, massacrar ou torturar o próprio povo em nome desse ou daquele deus, ou por não se submeter a seus representantes é o sinal mais evidente possível, de que nenhum governante deve entregar seu poderio nas mãos de teocratas ou ser guiados por eles. Não há muita diferença entre aquele que diz estar recebendo um comando dos altos céus para executar um serviço estando em um manicômio, e o que recebe a mesma ordem estando á frente de uma comunidade religiosa. A diferença estar apenas no fato que um será isolado e maltratado e outro será seguido, idolatrado e paparicado.

Até que um deus do imaginário coletivo seja visto pessoalmente e de forma palpável e inteligível possa se fazer entendido por conta própria sem a necessidade de atravessadores, TODOS, absolutamente TODAS as pessoas devem se manter em constante estado de alerta para os comandos que são dados pelos seus representantes terrenos.

Já estar mais que provado em todas as culturas do mundo, do presente e do passado, que aquele que diz estar representando a vontade de um deus, estar apenas representando a própria vontade, a vontade da corporação qual faz parte, ou ainda atendendo a necessidade de um clamor do povo para aquela ocasião. Suspeite de qualquer pessoa que diga estar agindo sob a vontade ou sob a liderança de um deus todo poderoso. Tais pessoas podem entrar em suas vidas e trazer prejuízos irreparáveis. A história secular comprova tais fatos e todos os dias novos fatos baseado nesse quesito se acumula a milhares de outros.

Me refiro aos que vivem apenas da velha e cega fé, envoltos apenas em ritos inúteis de adorações. Há uns pouquíssimos que se valem de agrupamentos religiosos para demonstrar sua humanidade, tratando humanos como sendo humanos e não como fantoches dos deuses. Esses estão em extinção, e são caçados como bichos pela maioria dos líderes, pois expõe de modo claro como realmente poderia ser uma verdadeira religião baseada na relação homem-homem e não homem-deus. É regra nos agrupamentos cristãos dar o luxo aos deuses e aos seus representantes e o lixo e o desprezo ao povo de modo geral.

Nessa busca insana em servir aos deuses, humanos reais, com problemas reais, em buscas de soluções reais, tem procurado respostas para os seus problemas baseado no intangível, improvável, inaudível, indizível, incorpóreo, e no surreal, cujas respostas apontadas para soluções de seus problemas está sempre parametrizada em adorá-los, servi-los com ritos inúteis ou atacarmos a todos que não concordem com nosso ponto de vista, ou que determinada divindade cultuada seja superior as demais. Esse por sinal é o princípio da guerra e do caos e não da ordem e da paz.

O que somos realmente? Indivíduos ou cães adestrados? Por que somos obrigados a viver o tempo inteiro procurando equilíbrio na macabra gangorra do castigo-recompensa ofertado pelos deuses e seus representantes? Por que as únicas opções dadas ao homens é adorá-lo ou morrer, ou morrer um função de adorá-lo?

Se tomarmos como base a bíblia “sagrada”, podemos perceber que o objeto de culto adorado pelos hebreus do antigo testamento e por cristãos do presente, este referido ser presava mais pelo caos e incitação à violência do que pela paz. No velho testamento há dezenas de situações que comprovam isso. O episódio da confusão das línguas na torre de babel mostra claramente suas intenções em fazer com que as pessoas jamais se entendam para um propósito comum entre elas mesmos, mas que baseado na confusão de interpretações particulares destruam um ao outro até a morte ou pelo menos não cheguem a um acordo para um propósito maior que não seja o de reverenciá-lo a todo custo.

Toda história de carnificina, arrogância e truculência do ser tido como deus hebreu cultuado pelos cristãos, foi repaginada e adocicada pela igreja atual como sendo “milagre divino”. Difícil mudar a mentalidade de um povo, quando tem como premissa chamar de “milagres” atitudes horrendas. Quando o ser cultuado é o principal a encabeçar a violência, a segregação e o genocídio, todas as demais ações por parte dos seus veneradores são aceitáveis e toleráveis.

Se preto é preto, o branco é branco, o justo é justo, e o bom não é mau, temos de nos acostumar a dar os títulos certos para as histórias que nos foi contada. Uma pessoa que produz o caos hoje em dia é chamado de terrorista. Personagens bíblicos que produziam o caos e guerras desnecessária recebem hoje o nome de heróis da fé. Depois se queixam do comportamento hostil que muitos religiosos desenvolvem. Estão apenas “encarnando” seu ídolo. É um mecanismo humano, propenso a todos que esquecem de filtrar suas emoções. Se um ídolo bíblico de uma criança cortava cabeça de gigantes, cedo ou tarde é possível ter ações semelhantes desse indivíduo num futuro próximo ou distante.

Enquanto o ciclo da vida comum baseia-se em nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer, o ciclo dos que vivem em função apenas de servir as divindade define-se em nascer, crescer, pecar, temê-lo, aceitá-lo, servi-lo, adorá-lo, torna-se um hipócrita ou chato, matar ou morrer para defende-lo. O ciclo da vida dos tais resume-se nisso. Pior ainda: acreditam que por toda eternidade irão reproduzir boa partes dos atos quando forem arrebatados. Quanta loucura!

Tem sido assim há milhares de anos e tem sido assim até hoje nas 3 principais religiões que o tem por senhor absoluto. Dentro e fora dos círculos da fé as pessoas se atacam e se destroem em nome dele. O próprio conceito de divindade se perde, quando para resolver situações comum do dia a dia, usa-se atos opostos ao que seria a ideia do divino a exemplo de mentiras, manipulações, chantagens, ameaças, invejas, soberbas, violências e mortes. Depois dizem: “eu tenho deus no coração” ou ainda “eu creio em deus”. Apesar de não ser aceitável esse tipo de comportamento, é justificável por ser um reflexo do próprio deus cultuado ou dos principais mitos tidos como heróis da fé.

Apedrejar, matar, destruir, afogar, queimar, estripar e escravizar eram os imperativos mais comuns usados por esse ser. Adorá-lo e servi-lo vinha antes de todos esses, claro. Na maioria dos casos, todos os imperativos descritos, fazia parte também do rito de adoração a ele. Se você não o servisse ele ameaçava te matar ou te matava mesmo. Se você o servisse, ia matar ou ser morto do mesmo jeito, pois uma das formas de servi-lo era sair propagando guerras inúteis, matando e morrendo para expandir o império dos seus domínios.

É esse o regente da sociedade ocidental? É esse o senhor do universo? Devemos realmente manter nossas relações baseado nesse modelo de subserviência? É aos seus representantes que devemos obedecer cegamente para termos uma vida melhor? Apesar de tentarem reconstruir sua imagem de uma forma menos agressiva criando a ideia do deus filho, a história do deus pai continua lá pra quem quiser ver e negar sempre que necessário.

CONTINUA...

Texto escrito em 29/10/17

*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 02/11/2017
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