O ALTO PREÇO DOS PARASITAS SOCIAIS- PARTE 2 DE 3
Uma análise comparativa entre produção, remuneração e ofício
PARTE 2 DE 3
*Por Antônio F. Bispo
Quanto a questão de retribuição financeira pela contribuição social ou pela habilidades dos indivíduos, podemos fazer tais comparações diariamente e vermos o quanto de injusto há na aplicação dos recursos públicos entre os servidores. Professores universitários que tanto investiram em estudos para servirem melhor a população, bombeiros, policiais e oficiais militares que se arriscam todos os dias para salvarem as vidas de outros, em certos casos, são menos remunerados que simples copeiros das altas cortes judiciais do nosso país por exemplo. Quais habilidades são exigidas para se tornar um copeiro de um ministro ou puxar a cadeira para este sentar, por exemplo? Nenhuma! Quais são as habilidades exigidas para pilotar um caça F-17, comandar uma guarnição policial, salvar uma pessoa em um edifício em chamas, ou fabricar vacinas que curem milhares de pessoas? Serão necessário centenas de horas de treinamentos, disciplina e alto controle para assumirem tais postos, e as remunerações nem sempre são justas, se comparadas aos valores recebidos por pessoas que se aliam aos que controlam a máquina pública.
Pesquisem por conta própria e notarão, que em vários casos, de quem menos se exigiu habilidades, há uma remuneração bem maior apenas por questões de apadrinhamento. Os mesmos profissionais que são capazes de bater um martelo e mandar pra cadeia um pai de família que por desemprego ou falta de recursos atrasou a pensão dos filhos, são os mesmos que unanimemente concordam que todos que estão ali para servirem exclusivamente a eles, (apenas a eles), são dignos de ganharem uma remuneração bem maior que um profissional que se arrisca todos os dias para defender toda sociedade e não apenas para servir a um único indivíduo. Também os tais são os mesmos que se tornam omissos, quando alguns de seus companheiros de categorias mandam gerar sua própria folha de pagamento com até 300 salários mínimos, ou vendem alvarás de soltura para criminosos de alta periculosidade, depois de o estado ter gastado uma fortuna enorme investigando, e policiais terem perdido suas vidas para os colocarem tais criminosos atrás das grades. Nos últimos 4 anos, os meios de comunicação tem exposto isso ao mundo inteiro em nosso seio social e isso não é novidade, é apenas falta de reação popular.
Ainda nesse aspecto, um político que concorda ser justo remunerar alguém com até 8 salários mínimos com um cargo comissionado trabalhando muito pouco ou quase nada só por que vendeu seu curral eleitoral em períodos de campanha, é o mesmo que concorda que garis façam o trabalho pesado de sol a sol, correndo riscos de contaminações, para ganharem apenas 1 salário mínimo por que não foram servos exclusivo destes ou não foram produtores de votos durante o período de “caça”. A importância do oficio foi substituída por relações corruptivas e de improdutividades, ou produtividade apenas de interesses pessoais pagos com o dinheiro público. Garanto, que se os tais fossem pagar tais favores de campanha com recursos próprios, os mesmo pensariam duas vezes antes executar tais acordos.
É muito fácil fazer caridade ou pagar de bonzinho com os recursos do povo. Se cada “homem do poder” fosse pagar com recursos do próprio bolso as regalias que desejam apenas para sí, nenhum destes se arriscariam a tais cargos ou fariam tantas ofertas indecentes e assim teríamos possivelmente uma sociedade mais justa. Antes, durante e depois dos períodos eleitorais, formações de quadrilha são comumente denominadas de “alianças políticas” em nossa grande nação. Quem se ajunta para dividir o “objeto de conquista” recebe mais importância do que quem produziu os recursos “conquistados”.
No passado, os homens que tinham pessoas para servirem unicamente a eles pagos com os recursos coletivos eram chamados de patrícios, e os servos desses eram chamados de escravos. Hoje mudaram os termos para servidores públicos ou aliado políticos apenas para disfarçarem. É estranho nominar de servidor público, aquele que tem como função servir de modo particular apenas a uma única pessoa. É muito estranho chamar de aliado político, aquele que não sabe nem o que significa o termo política, que nada faz pelo povo, que deseja apenas se beneficiar da máquina pública por que fez acordos secretos com pretensos candidatos. Bom, palavras são apenas palavras, não é? Muita gente não se rebela contra isso, por que confiam plenamente que hoje estão por baixo, mas amanhã estarão por cima, quando o jogo virar e seu pretenso candidato for eleito. Hoje aceitam serem pisados, para amanhã pisarem. Hoje concordam de certa forma que pessoas que nada fazem fiquem com parte dos recursos, por que amanhã intentam fazer de igual modo. As coisas seriam diferente, se fossem policiados, e obrigados a administrar para o povo, e não apenas para os que os apoiaram.
A máquina pública tem servido de uma grande ferramenta para triturar e perseguir “inimigos” e beneficiar “aliados”. Na grande maioria dos casos, entregar tudo nas mãos da justiça e esperar que isso seja resolvido, é o mesmo que entregar nas mãos de deus: não resolve nada! Nos últimos 4 anos, temos visto na TV, dezenas de casos de grandes políticos corruptos que tiveram suas penas eliminadas ou amenizadas por aqueles que deviam executar e fazer cumprir a lei. A neutralidade da justiça no exercício da profissão, tem se tornado ficção cientifica nos altos escalões do poder, pois de certa forma, muitos deles são flagrados diariamente de “mãos dadas” com o objeto de acusação e nem se importam mais com isso. Favores pessoais sendo pago com a impunidade de modo explícito pra todo mundo ver.
A força da lei tem sido um martelo forte para esmagar os menos favorecidos e os que não possuem amizades com “gente grande”, e tem sido uma varinha de condão, de uma fada mágica, disposta a realizar todos os desejos de gente mimada e corrupta que ocupa altos cargos sociais. Favores pessoais, tem sido pago com favores pessoais, usando a máquina pública ou o afrouxamento das leis constitucionais. Como todo poder emana do povo, para o povo e em favor do povo, só o povo, por meio de tomada de consciência e construção de caráter coletivo pode mudar o jogo.
Políticos não são reis absolutistas nem oficiais da lei são deuses intocáveis que não podem ter suas ações contestadas ou retratadas mediante o espelho da verdade. Todos somos a SOCIEDADE e desse modo, uma ação isolada faz tremer o coletivo e vice versa. Deixar de “babar ovo de político” e deixar de “ter medo da justiça” é um passo enorme que podemos dar para evolução de uma sociedade mais justa. Todos são iguais perante a lei. Esse é o princípio da constituição. Quem deve temer a justiça é ladrão e detrator da lei e não um cidadão comum, que exige a aplicação da lei de modo igual a todos.
Respeitar as autoridades, sejam elas quais forem, não é servir de tapete para ninguém limpar os pés, antes sim é cumprir o papel de cidadão, e incentivar outros a fazerem o mesmo. Respeita mais uma autoridade judicial, aquele que cumpre seu papel social, não infringindo lei do que aquele que chamando as autoridades de “seu doutor”, ou de “vossa excelência” cometem as maiores barbaridades possíveis na cara de todos.
Respeito e submissão cega são coisas diferentes e antagônicas. Não há um homem maior que outro como cidadão numa sociedade civil organizada. Há apenas funções maiores que outras e que exigem mais responsabilidade e competência. Todos merecem respeito independentemente da posição social que ocupem.
Não estamos faltando com respeito a ninguém quando denunciamos que uma lei não foi cumprida, mas faltamos com o respeito próprio, quando nos calamos e deixamos que outros se esbaldem nas regalias de alianças formadas em função do oficio ocupado. A religião cumpriu bem o seu papel, enchendo as pessoas de culpa, e fazendo-as acreditarem, que do mesmo modo que um líder religioso é intocável, e quem os criticar apesar dos escândalos cometidos será punido, é a mesma religião que faz com que todos vejam com maus olhos, aqueles que se levantam contra os abusos ou omissões de demais representantes sociais.
Alguns põe a culpa do parasitismo social no capitalismo, mas isso é apenas uma forma de disfarçar ou fugir de suas responsabilidades. O capitalismo estimula a competitividade, e quem oferece um produto melhor com um preço mais acessível, com certeza irá produzir mais, vender mais e desse modo ter mais lucro em relação aos outros que nada fazem, nada produzem, ou tem medo de fazerem investimentos de altos riscos. Nada melhor que ser recompensado pelos resultados de seus esforços, por terem produzido ou criado algo que facilitará a vida de muita gente. Não há nada de errado nisso. O preguiçoso e o invejoso, sempre dirão que uma pessoa que criou um império financeiro trabalhando, é por que deus quis assim, ou por que roubou muita gente. Nem sempre isso é verdade.
Tirando os que se beneficiaram de favores políticos para se tornarem grandes nomes de alguma coisa ou usam a máquina pública para projeção social, podemos ver pessoas crescendo financeiramente por que se envolvem em seus negócios até 16 horas por dia, produzindo serviços ou produtos uteis a várias pessoas, e aprenderam a criar riquezas e não apenas gastar o que não tem. Do outro lado, veremos pessoas conformadas, preguiçosas, que trabalham (quando trabalham) apenas 8 horas por dia e passam o resto do dia em frente a TV, ou falando da vida alheia e dizendo que não crescem por que a vida é injusta ou o capitalismo é uma ferramenta de opressão social.
É possível que haja mais parasitas nos sistemas socialistas do que nos capitalistas se levarmos em conta a questão de quem realmente produz o que para o bem de quem. Os principais exemplos de parasitas de sistemas socialistas, são exatamente seus representantes, que pregam igualdade social e divisão total e justa dos recursos entre os moradores de uma sociedade, e no entanto, adquirem para si propriedades de modo particular usando os recursos coletivos, ou fazem uso exclusivo da máquina pública para benefício apenas do que estão no topo do comando e seus familiares, sem falar que praticamente todo comentário que possa desagradar tais lideres abusivos, ou mostrar a farsa de suas palavras, são repreendidos de forma veemente, muitas vez com execução pública ou as escondidas ou com “acidentes” misteriosos.
CONTINUA...
Texto escrito em 8/10/17
*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.
Esse artigo é parte de um livro em andamento.