Um simples manifesto
 
 
Nunca fui partidária política, nem afiliada de alguma sigla, mas como uma cidadã, que trabalha, arca com suas responsabilidades, não vivo à custa do Estado, sinto-me enojada com tanta maracutaia, e tanta desfaçatez dos defensores deste ou daquele partido, e a cara de pau, com que em suas vidas particulares, agem tal qual o político ou figura pública, que tanto desprezam.
 
No dia a dia, deparo-me com situações de desonestidade e falta de moral, que estarrecem quem tenta enxergar um mundo melhor para os descendentes.
 
O motorista de ônibus, que tenta te ludibriar no troco, amparado pelo conceito de que a empresa paga pouco e o explora, então, se der ele “enrola” o passageiro com as moedinhas, parcos trocadinhos.
Uma mulher, que queria ser atendida rapidamente no caixa de uma casa lotérica, vai até o carro e pega com a pessoa que estava como passageira, uma criança de colo, para ser atendida prioritariamente, caso banal, foi flagrada em seu ato, e levou uma vaia das pessoas na fila, mas a atitude desta mostra a mania de dar “um jeitinho” pra tudo.
Em uma clínica odontológica, fiz um tratamento  e quando solicitei o recibo, mil justificativas, e demora, e somente depois de muito insistir, consegui fazer meu direito de obter o recibo, coisa pelo que eu saiba, é lei.

Em vários casos nos deparamos com situações assim ou até mais esdrúxulas, mas que somente reafirmam aquilo que todos sabemos de cor, a índole da maioria da população, é de oportunistas, pessoas que só tentam tirar vantagens e proveito de aspectos menores, e depois saem esbravejando pelas ruas e nas mídias sociais, impropérios contra os políticos, figuras públicas, como se o ato menor fosse apenas, uma facilidade sem mal algum.
 
Fico horrorizada com tamanha roubalheira que se instalou na República, mas se continuarmos a manter e sustentar este comportamento, achando que é normal, faz parte da cultura, que não afeta o montante de corrupção, chego à conclusão de que estamos lutando contra os moinhos de vento. Não chegaremos a lugar nenhum, e jamais seremos vistos como uma nação confiável.
 
 
Agora, na mídia, todos os dias, vemos a  honestidade como ordem do dia, sendo alvo de cobrança por parte da população, que vê naqueles que foram eleitos e se aproveitaram do cargo para usufruir de vantagens a si e a seus asseclas, ficamos horrorizados, pasmados, mas tudo foi apenas agigantado, e tornou-se um grande e imenso iceberg, do qual vemos apenas a ponta, há muito mais por baixo de tudo isto.
 
As pessoas que bradam e ficam indignadas com este comportamento nefasto dos governantes e legisladores, deveriam primar pela sua honestidade, pelo seu caráter honrado, talvez eu esteja divagando demais, afinal, falar em honestidade nesses tempos é pedir muito, mas que efeito tem cobrar as autoridades, se no cotidiano, o mau - caratismo se repete, e, é vangloriado por uma grande parcela do povo, sob o argumento de que se “roubam” e fazem desvio de verbas públicas nos poderes constituídos, a população tem que fazer o mesmo.
 
Nem sei para onde caminha a humanidade, mas certamente nossa nação, que tem essa democracia tão jovem e já tão desfigurada, se não nos dispusermos a enfatizar o bem, a honradez e a lisura nas relações humanas, quer sejam elas de qualquer natureza, não conseguiremos alcançar um patamar sempre invejado de nações que alicerçam seus valores na moral, na ética e na civilidade.
 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 12/05/2017
Reeditado em 27/09/2018
Código do texto: T5996872
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