Inexorável vida.
Hoje entre o esperar ou partir, me pergunto o que esperamos, ou para onde vamos. Seria mais fácil decidir se não fosse complicar com supostos inexistentes ou soluções mágicas. É que entre a encruzilhada errante que irrita a existência, surge a culpa como amiga predileta, pergunto se dura para sempre ou pode escapar por entre as mãos. Às vezes não queremos decidir porque temos medo de escolher o que temos receio, embora, de vez em quando tomamos coragem e nos atropelamos nas decisões. Vejo como a vida passa e também vejo como pessoas estagnam na realidade delimitada por outros, tento convencer e convencer meu interior para me libertar de discursos clichê, mas a roda gira e volta a girar. O que mais dá, estamos girando, e isso não vai mudar... mesmo que possamos mudar o percurso e a velocidade que decida dar à roda da vida. Pesquisar em um sonho, na comparação. Um desaforo que me alivie e um tremor que me acorde, um calor que finalmente me descongele. Procurar-me para encontrar em mim a voz para me ouvir, em meu olhar para me ver. Me sentir parte para ser corpo e companhia, sentir o significado e importância ao desejo indestrutível de estar presente em mim, ao impulso de ser livre, e sem medo enfrentar a morte como encontro pessoal. Nem tudo que existe há um valor monetário como recompensa, nem tudo está cotado para o bolso e se pode possuir.
Algumas coisas são apreciadas desde a paixão inexplicável e assim existem na impercepção dos olhos. Por essas paixões inexplicáveis procuro, sonho, penso e argumento em meu eu interior, como seguir, e por onde seguir, o que é ser feliz e desfrutar da felicidade alheia.