Perceber-nos...

Todos somos espelhos, reflexos de outros, somos o que soltamos e o que abraçamos desesperadamente, somos o que amamos e odiamos, somos as coisas que escolhemos esquecer ou a eterna lembrança, aquele segredo que não pudemos contar a ninguém ou um livro aberto, somos marcas, ausências, rejeições, aceitação, esperança, somos o que vivemos e tudo o que nos apaixonamos, somos contradição, somos perguntas e respostas, covardia e coragem. Mas devo confessar que não o queria ser de qualquer outro modo, adoro como somos, Assim loucos, impulsivos e difíceis, eu sempre gostei de desafios e todos nós somos definitivamente um deles, não somos curativo para reparar corações partidos, não somos pessoas incompletas, apreciamos as ruínas, os relevos das cicatrizes, não olhamos para não lembrar, mas as admiramos, destruímos os escombros, terminamos o trabalho sujo, damos o golpe final, porque não há outra forma de renascer se não morrer primeiro; a dor é sempre necessária, toca-se fundo quando já não há mais para onde descer, começa-se a escalada dos nossos inversos. Então, não servimos de consolo, servimos de suporte para quem quiser conosco voltar a voar. Por isso é essencial Lembrar-se que viemos a este plano para ser a melhor versão de nós mesmos. Em nenhum lugar do nosso "contrato" está escrito que temos que cumprir as expectativas dos outros; também não há uma cláusula que indique que temos que sofrer para obter algo. Não devemos nos preocupar se o outro não é sincero conosco, é bom começar a sermos sinceros conosco mesmos! Os golpes que a vida dá, não são para magoar, mas sim para mostrar que nem tudo é como pensamos ou desejamos que seja. Na vida vamos perceber que há um papel para cada pessoa que conhecemos. Alguns serão convertidos em um teste, outros nos usarão, alguns vão nos querer e outros vão ensinar-nos. Mas devemos prestar atenção especial naqueles que nos ajudam a tirar o melhor de nós e que nos amam apesar dos nossos defeitos, essas são as pessoas incomuns que o universo coloca em nosso caminho para nos lembrar que temos importância sim, basta perceber-nos no espelho.