MARISAR

Marisar

Da humildade nascestes

Operária assim tornastes

Lecionou mas não lestes

Aos pequenos ensinastes

Brincadeiras que não tevês

A dor da morte chegastes

Tamanha dor suportastes

E na vida tu prosseguistes

Amarga aventura resististes

Até que alguém a conquistes

Com voz das assembleias

Como megafone nas estreias

O coração resistente abristes

A cortesia dele tu cedestes

Quem a seu lado caminhastes

Também, lecionou e não lestes

E a sua serena paz, virou luta

Na fábrica, no sindicato a labuta

Foi o som que aprendera ouvir

Pois a sua vontade foi vencida

Ser maternal, dos filhos despida

Dos seus desejos foi agredida

Por tempos bárbaros implantados

Pelas forças estavas tu marcada

Para uma impar história rascunhar

Nos porões escuros sofria todos

E a voz rouca dos discursos ouvida

Condômino de vozes amordaçadas

Enquanto o Brasil virava fumaças

Você fez com ternura sua opção

Por um Brasil brasileiro consciente

Organizado ordeiro, sem escravos

Trocando cravo, rosa por morteiros

E bandeira branca pelos canhões

Você, um dia mãe e em outro pai

Foi organizando as companheiras

Mostrando na ausência do esposo

A força, da brava gente brasileira

Assim, foi você com suas mulheres

Quando da prisão do companheiro

Você atuante, lecionou novamente

Dizendo aos filhos bem convincente

Que papai preso na tela não é ladrão

Com firmeza, tu Marisa prosseguistes

Sendo mãe afável e constante protetora

E um câncer empossou da mátria genitora

Tira a vida de quem te destes o operário

Imagina a loucura, quanto sofrestes Marisa

Tudo encima de ti, e não fraquejastes na dor

A semente no momento de dor plantastes

Com agulha a bandeira que costurastes

Surgiu de vermelho a estrela do lutador

E assim que nasceu, a intensa mobilização

Até ver a porta se abrir libertando da prisão

Aquele que com você o partido construístes

Organizando operários a participar do futuro

Você nunca desistiu, os pleito que enfrentara

Motivada na construção dos passos da luta

Tijolo por tijolo, foi propagando a ideia

E numa noite estrelada, a semente germinou

Primeiramente o cara, legislou a federal

Rompendo com barreira, que na política havia

E o moço metalúrgico foi seguindo em frente

Depois de vários enredos e o mesmo adereço

Sobe a rampa do planalto o presidente do Brasil

Aí Marisa, sua folga minguou e tudo logo veio

A mídia não aceitou e as calúnias foi surgindo

Viu você seus meninos serem donos de valor

Coisa que nunca teve mas era dado a toda hora

E a maternal complacente, começou ficar doente

Com tanta injuria, difamação e grande dor

As hienas da mídia golpista carniceira como tal

Fez do ódio seu mamão da calunia o mingau

E você foi definhando carregando sua cruz

A justiça parcial dita, aprofundou na jogada

Reforçando a todo custo pela toga respaldada

Você foi sofrendo, injustiças escritas e faladas

Nada se comprovou nem mesmo as delações

E você foi recolhendo absorvendo tudo isso

E explodiu como aneurisma, que calou a sua voz

E hoje buscam saber, os motivos comprovados

Sabemos que a mentira é esconderijo do algoz

Tudo foi fruto da maldade, que a mídia promoveu

Você virou mártir silenciosa de muitas calunias

De justiceiros, midiáticos de Rádios, TVs e jornais

E muitas hienas da internet desejando sua morte

E as panelas cromadas nas janelas não ecoaram

Pois a esperança que no passado venceu o medo

Vive em cada brasileiro, trabalhadores ordeiros

Sem tríplex, estancia, mansão, assim descansou

Porque os acusadores em vida não comprovou

Certamente encontrão um jeito para ele condenar

Impedindo a todo custo ao brasileiro “Lula Lá”

A esperança vencerá o ódio, e ao assumir esse pódio

Não impeçam-nos canibais, pois sua morte nos uniu

Gritaremos em todo Brasil. Vamos todos Marisar!!!

Edye

Edye
Enviado por Edye em 15/02/2017
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