Porque era ela... porque era eu...
No encontro de duas almas, não é raro que os dois envolvidos não consigam explicar o que viram no ser adorado. A aproximação erótico-amorosa ou das amizades não é de ordem racional. Também não é possível dizer que o objeto do amor ou de uma amizade se defina a partir de uma escolha, a não ser que esta seja uma escolha inconsciente. Penso que, desde a primeira vez em que dois seres se encantam, em vidas e tempos distantes, a pergunta “Por que esta pessoa e não outra qualquer?” sempre será respondida à maneira de Michael de Montaigne, parodiado por Chico Buarque: “Porque era ela, porque era eu”. Certamente é a explicação mais coerente que eu já ouvi para o inexplicável.